Brasília, 15/fev/2005 – 16h
Eu não sei o que fazer das perguntas
para as quais não te dei respostas.
É certo que ainda tenhas muitas
e que eu só tenha apostas.
Chutes, palpites mal arriscados...
Respostas, não as encontro,
ainda que as procure
no meio dos meus guardados.
Previsões meio sem base,
cálculos meio por baixo,
um tiro assim, kamikaze,
meio na base do “acho”.
Mas os teus olhos insistem,
tuas perguntas seguem,
tuas dúvidas persistem,
e a tristeza me persegue.
Onde diabos guardei?
Em que baú ou gaveta?
A resposta que não dei :
em que ponto da ampulheta?
Eu não sei o que fazer
das perguntas que farás.
Respostas, não as terei
e ainda assim, pedirás.
A única resposta certa,
é justo a que não esperas:
o que te digo, meu filho,
justo eu, que nada sei?
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