LEMBRANÇAS
O tic tac do relógio
Desperta-me imagens suas,
São focos de lamento
Em minha memória nua.
Junto a lareira aquecida,
Existem também taças esquecidas,
Exalando do puro vinho o aroma,
Nossas vidas enternecidas.
Horas excitantes vividas
Do seu corpo junto ao meu,
Linguagem de amor traduzida
Pelo sabor dos beijos seus.
E no afago de nossas mãos,
Seu toque vibrava carícias de leveza
Para o meu coração rubro
Viver momentos de beleza.
Lembranças, lembranças...
Chegam e se amontoam em desespero,
Cortando a alma de dor,
Afermentando o coração do desprezo arvorador.
Peço-lhe que se distancie.
Me anule as recordações.
Acenarei no lenço branco da despedida,
Minha paz sob sua memória agora falecida
Vou erguer na sua ausência
O monumento "Vida Ignorada"
Partirei rumo ao outro lado da minha vida,
margem livre para um coração livre
Viver sob a luz da lua.
Jair Martins
14/02/05 - 00:50h
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