Na convulsão social já emergente,
não reconheço mais seres humanos,
a confusão geral se estabelece,
onde o barulho e a pressa nos consomem.
Não mais crianças brincam sossegadas,
os namorados, ariscos se despedem,
não há mais calma, não há mais sossego:
seres ou espectros, vejo que padecem.
Paro adiante, abordo um transeunte,
sinto a aflição tomando o seu semblante,
que claudicante, frágil, receoso
retoma os passos, trôpego, relutante.
Velhos amigos já não mais se encontram,
quero alertar para esse pesadelo, -
nossas cidades estão quase mortas,
com mil neuroses, traumas, psicoses.
E a humanidade prossegue a trajetória.
Medos insólitos, síndromes de pavores...
Se há razão, se há discernimento,
o que importa? Já são lutas inglórias!
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