Brasília, 21 de dezembro de 2004 – 16:18h
A cada linha que escrevo
vira estátua um desejo,
uma pedra também vira
uma parte minha que escrevo.
E assim, eu sei que devo,
mas não posso e nem consigo,
parar sem nem começar,
fingir mesmo que não ligo,
deixar a poesia passar.
Mas ela passa
e eu vejo.
E assim,
a cada linha que escrevo,
uma parte minha eu vejo
virar pedra, cinza, pó
mas a outra
líquida e certa,
eu já sei que vai sangrar
feito ferida aberta,
e vira poesia no ar.
|