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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->DUPLO MILAGRE -- 25/08/2006 - 20:36 (divino antonio de sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






DUPLO MILAGRE




DIVINO ANTONIO DE SOUSA










Palavras do Autor



Quando Deus quer restaurar uma vida, muitas vezes Ele permite que a pessoa chegue ao fundo do poço e, sendo nós volúveis ao pecado e aos prazeres mundanos, somos presas fáceis para o inimigo e embora a pessoa se debate evitando a presença de Deus em sua vida e se convencer que só Ele pode salvá-la, mesmo assim Deus é misericordioso e jamais abandona sua criatura. Porém, há casos que o diabo é até exaltado pela pessoa e Deus é ignorado, pois o inimigo já tem a vida da pessoa sobre controle e, infelizmente, é tarde demais, então o príncipe das trevas age rápido levando a pessoa à morte. Mas quando existe um sopro de vida e se a pessoa chamar pelo nome de Jesus, ela é ouvida. Deus segura em suas mãos, então ela é reabilitada, seus pecados são perdoados, recebe então a unção de Espírito Santo e ela passa a ter vida regrada de benção, vitórias e paz. Basta para isso entregar sua vida por inteiro a Deus e a Ele servir.
O que segue é uma estória de uma jovem chamada Silvia: Silvia era uma menina moça de apenas 18 anos de idade, tinha tudo dos Pais, mas era escravizada pelo diabo. Filha única de uma família classe media alta. Seu Pai, Sr. João era empresário, a Mãe Dona Eunice cuidava da casa com responsabilidade. O problema daquela família era a filha Silvia que andava envolvida com uma turma da pesada.
Menciono também aqui nessa estória o jovem Francisco: um funcionário de Sr. João, que apesar de ser portador de deficiência física (não anda), era um competente profissional, moço que sentia um amor não correspondido pela filha do patrão. Silvia, sabendo do sentimento do rapaz por ela, tinha o prazer em fazer insultos ao jovem Francisco, criticando até mesmo seu estado físico, dizia Silvia que Francisco era muito careta.












Vamos à Narrativa


Francisco aquele dia foi convocado pela diretoria da empresa para fazer parte de uma reunião de caráter administrativo. A propósito, a empresa de Sr. João era uma concessionária de carros novos e semi-novos.
Francisco tinha seu próprio carro com algumas adaptações de fabrica para a sua condição física para permitir que ele mesmo o dirigisse e sem duvidas ele era excelente motorista. Assim com seus próprios méritos conquistara sua independência. Tinha um ótimo emprego, bom salário e carro novo, porém aquele universitário não era totalmente feliz, pois a mulher que amava menosprezava-o, vivia ela num mundo diferente.



Era tarde da noite quando Francisco voltava da empresa para casa. O transito já não era tão agitado no centro da cidade de Anápolis-GO,Brasil. Francisco parou o carro num semáforo, obedecendo a luz vermelha do mesmo: olhou ele pro lado, não viu nada de anormal, olhou pro outro lado, aí ele viu algo que lhe chamou atenção, uma moça deitada no banco de uma praça. O semáforo acusou luz verde, Francisco avançou com seu carro e percorridos poucos metros, parando novamente diante da moça deitada no banco, pois a mulher podia estar doente e precisar de ajuda. O banco era feito de concreto fixo na calçada, portanto próximo à rua.
04
Francisco se surpreendeu quando viu de perto quem estava ali na horizontal, com espanto ele chamou o nome da moça:
- Silvia! Deus ela não está bem, não posso deixá-la aqui, mas como faço para trazê-la pra o carro. Silvia, Silvia...
Tentava acordá-la, mas Silvia nem movia o corpo. A jovem estava dopada. Felizmente uma pessoa andava na calçada em direção a Francisco, quando o transeunte passava entre seu carro e a jovem, Francisco não perdeu tempo e pediu ajuda:


- Hei, moço por favor, acorde essa moça aí nesse banco e traga ela pro meu carro, porque eu sou paraplégico e não posso ir até ela.
A pessoa se prontificou e a moça foi despertada e apoiada pelo estranho. Silvia ia sendo conduzida pro carro. O desconhecido reanimava a moça dizendo:
- Vamos para casa Senhorita, segura em mim, devagar...
- O que aconteceu? Perguntou Silvia.
- A moça não está bem.
- Está doendo muito! Reclamava Silvia
A jovem andava trocando os passos e com o corpo desgovernado.
O desconhecido, muito prestativo, abriu a porta do carro devagarinho; ele ajeitou Silvia no banco do passageiro, ate o cinto de segurança ele abotoou na moça. Francisco agradeceu:
- Obrigado amigo, ela é minha amiga, vou levá-la para sua casa.
Silvia apagara novamente, o estranho falou:
- Eu, se fosse você amigo, levaria ela direto para o hospital, essa moça não está bem.
- Você tem razão, acho que vou mesmo procurar um médico pra ela, obrigado heim.
-Vai com Deus! Agora posso dar minha opinião? Essa moça está completamente drogada.
Francisco que permanecia com o motor de carro ligado, mudou a marcha e se arrancou com o carro dali para um hospital mais próximo.
Com o carro em movimento, Silvia começou a se debater e a perguntar sem raciocínio lógico:
- O que está acontecendo? O que estou fazendo aqui? Tire-me daqui, quem é você? Pare esse carro?
05
- Calma Silvia, sou eu Francisco, você precisa de um médico, estou te levando para o hospital, fique calma...
Silvia olhou pro rapaz e se irritou ainda mais:
- Heim, você disse que é Francisco, eu odeio você, eu quero descer, pára o carro e por que você está dirigindo meu carro?
- Esse carro não é seu, fique calma Silvia.
Silvia soltou um vômito e vomitou, sujando o Painel e o estofado do carro de Francisco, que lamentou:
- Oh! Meu Deus! Que nojeira, credo!...
A moça depois disso se aquietou.
Logo chegaram ao hospital. Francisco buzinou um enfermeiro plantonista que estava na portaria. Quase meio gritado falou para o enfermeiro:
- Hei, é urgente, estou com uma moça muito mal no carro, traga uma maca, corre rapaz!
O enfermeiro foi veloz, adentrou o hospital e logo veio conduzindo uma maca e junto com ele mais dois companheiros de trabalho. Enquanto Silvia era retirada do carro, parcialmente desacordada. Francisco pediu pra um dos enfermeiros:
- Por favor, eu sou paraplégico, me ajude aqui, pegue essa cadeira de rodas no banco de trás.
- Segura as pernas dela.
Dizia outro dos enfermeiros.
Sendo o carro de Francisco de quatro portas, sem dificuldades os enfermeiros tiraram à cadeira de rodas dele. O próprio Francisco encaixou as rodas na cadeira e com muita agilidade ele se transferiu para a cadeira. Fechou a porta do carro e seguiu os rapazes que empurravam a moça.
Na sala de recepção Francisco foi barrado, não podendo mais seguir os enfermeiros. Uma moça bem vestida, com uns brincos enormes nas orelhas e por trás de um luxuoso balcão falou:
- O senhor não pode entrar aí, qual o nome da pessoa que está na maca?
- Silvia.
- Silvia de que moço?
Francisco, estava tenso e aflito, nervoso ele respondeu:
- Não sei moça, não se preocupe, é tudo pago.
- Sei, o senhor, o que é dela?

06
- Um amigo.
Francisco, por exigência da empresa, usava paletó e gravata.
O rapaz desfez o nó da gravata, pegou o celular no bolso do paletó e ligou pra casa de seu João. Depois de trinta minutos seu João e dona Eunice estavam no hospital.
Francisco explicava para os Pais da moça como ele havia a encontrada deitada num banco de praça, mas foi interrompido pelo médico que avaliou a jovem, o médico perguntou:
- Vocês são os parentes da jovem – Conferiu uma prancheta que trazia nas mãos e completou – Silvia?
Dona Eunice falou com lágrimas nos olhos:
- Sim doutor, o que aconteceu com minha filha?
- Lamento em dizer que o estado da filha de vocês é grave, ela teve uma overdose e por pouco ela não teve uma parada cardíaca, ela exagerou nas drogas, felizmente agora ela está fora de perigo, mas é preciso que essa moça faça uma série de exames; notei que Silvia apresenta sintomas de uma doença que se for confirmada vai comprometer muito a sua saúde.
- Doutor, o que o senhor estar falando, que doença é essa?!
Perguntou seu João.
- Olha, é cedo pra afirmar qualquer coisa, não quero assustar vocês. Disse o médico.
Francisco tocou sua cadeira de rodas para um canto da sala pra ninguém notar as lágrimas em seu rosto.
O médico continuou exclamando:
- Silvia vai ficar aqui em observação, depois é preciso que ela consulte um médico de sua preferência, esse médico certamente vai pedir os exames, é importante ela fazer principalmente o exame de sangue. Eu estou à disposição de vocês, agora com licença.
Seu João ressaltou:
- Obrigado doutor, mas nós já temos um médico que cuida da nossa família há muito tempo.
Francisco interveio dizendo:
- Seu João, eu vou pra minha casa descansar um pouco, boa noite dona Eunice?!
- Vai com Deus meu filho, nem sei como te agradecer Francisco! Disse dona Eunice.
- Não precisa dona Eunice, amanhã eu passo aqui no hospital!
07
Francisco na verdade, não suportava era ficar ali, queria ficar sozinho e chorar.
Depois que Francisco saiu, o médico voltou ao casal e fez outra revelação, disse: - Ah! Tem outra coisa que não falei pra vocês; a filha de vocês está grávida e ela corre risco de perder essa criança. - O senhor disse grávida doutor? Perguntou seu João. - Sim, grávida de dois meses... Dona Eunice se abraçou ao marido e com os olhos marejados clamava: - E agora João, que vai ser de nossa filha. A única que Deus nos deu! A emoção vigorava também em seu João, suas lágrimas correndo em seu rosto era de um Pai com a alma ferida. Passado dois dias Silvia apresentou uma ligeira melhora, então ela foi removida para a clínica do médico da família e então ela foi submetida a alguns exames sugerido pelo primeiro médico. Silvia aguardava os resultados dos exames. Apesar de muito traumatizada, ela estava ciente do que havia te acontecido. A jovem não tinha motivação para nada, passava o tempo todo deitada naquele leito de hospital virada, com o corpo de contra parede e com os olhos vidrados no paredão branco que de vez enquanto ia se transformando em um imenso telão, onde refletia cenas do seu passado, dos momentos que viverá até ali, momentos que foram agradáveis, mas que foram tão rápidos esses momentos e que só serviram para apressar sua desgraça. E aquele filho que gerava em seu ventre, O que seria dessa criança? Quem ia cuidar desse inocente? Sim, pois Silvia já não tinha mais esperança de vida. Tudo estava confuso na sua cabeça, ela estava preocupada no que o destino te reservava, Silvia jamais deu importância pra sua saúde e, agora que foi pega de surpresa ela certamente não saberia como lidar com isso. Calada, ela sofria muito, não escutava consolo nem da própria Mãe, era só olha para aquela parede branca e chorar por dentro. Os Pais de Silvia foram convocados pelo o médico para saberem da trágica notícia sobre a filha. Em seu consultório, o doutor Irom já tinha em mãos os resultados dos exames realizados em Silvia. O que o médico disse anteriormente sobre Silvia foi confirmado, mas o insperado ia ser falado agora pelo doutor Irom. Diante dos Pais da moça o médico disse: 08
- Seu João, dona Eunice lamento muito, mas isso agora é uma realidade, acontece que... O médico foi interrompido com alguns batidos na porta do consultório. –Entre. Disse o médico. - Com licença doutor – Era sua secretária que prosseguiu – Esse moço insistiu muito pra ouvir os resultados dos exames da moça. – Sim Leia e quem é esse moço? Francisco entrou no consultório sem permissão e disse: - Sou eu doutor, por favor, eu preciso saber o que aconteceu com Silvia! - E quem é você meu rapaz? Perguntou o médico. Seu João explicou: - Tudo bem Irom, Francisco é meu funcionário e é muito importante pra nós! - Está bem léia, pode ir. Francisco ajeitou sua cadeira de rodas e se pois a ouvir o médico: - Bem, Silvia além de ser dependente química, dessa gravidez não planejada, adquiriu uma doença grave! - Pelo amor de Deus doutor Irom, que doença é essa?! Perguntou dona Eunice.
Francisco estava com o braço no descanso da cadeira de rodas, com o cotovelo dobrado e com uma das mãos ele segurava eu maxilar, meio que escondendo o rosto, talvez para ninguém vê suas lágrimas. O médico continuou espanando: - Sofro com vocês de ter que falar isso pra vocês porque sou amigo da família.
- Fale logo Irom! Pressionou eu João.
- Olha João e Eunice, a filha de vocês, no exame de sangue dela, acusou que ela é soro positivo. – Isso quer dizer o que doutor Irom? - Quer dizer dona Eunice, que Silvia é aidética, ela está com AIDS!
Pânico total no consultório, o coração de dona Eunice disparou, seu João com o impacto da notícia, teve sua preocupação redobrada naquele momento, Francisco curvou a cabeça e vedou os olhos com as mãos, liberando o choro de vez.

09
O médico, que também, estava pesaroso, se mantinha firme, disse:
- O vírus não se manifestou, pode levar muito ou pouco tempo para isso acontecer, mas o tratamento tem que ser imediato.
Seu João suplicou:
- Faça o possível para salvar minha filha Irom, pelo amor de Deus, cura Silvia!
- João, a AIDS não tem cura!
Francisco manipulou sua cadeira de rodas em direção a porta; abriu-a e saiu. Já no corredor, forçava os braços, tocando as rodas e se deixando ser levado sem saber pra onde.
Dentro do consultório o medico continuou:
- Se Silvia usar mais pó, vai apressar muito o desenvolvimento do vírus nela.
- O que você aconselha a gente fazer Irom?
Perguntou seu João.
- Olha, eu tenho um amigo, também medico, esse médico tem uma clínica especializada em recuperar pessoas viciadas. É quase uma fazenda, mas muito bem equipada para recuperar dependentes químicos. Silvia é uma viciada, se ela tiver outra overdose, ela não resistirá.

Dona Eunice não raciocinava direito, só chorava, seu João amparando a mulher perguntou:
- Então Irom, não podemos fazer nada né, somente adiar a morte de nossa filha?
- O médico levantou da cadeira e caminhou para onde estava o casal, colocou as mãos em seus ombros e disse:
- Nós precisamos ser fortes, eu não disse que ela vai morrer, existem medicamentos que controlam o avanço da AIDS, temos agora é de nos preocupar em curar Silvia da dependência química e cuidar da sobrevivência do bebê que ela espera.
Na madrugada do dia seguinte, por volta das três e trinta, uma enfermeira vistoriava paciente por paciente, com uns estavam tudo bem, não necessitavam de nenhum medicamento, apenas uma ajeitadinha no coberto com cautela pra não acordar o doente. Já outros eram preciso a enfermeira despertá-los para ingerir um ou dois comprimidos, às vezes até uma injeção tinha que ser aplicada.
10
O trabalho das enfermeiras era revesado; cada noite era uma diferente. Naquela noite era uma enfermeira gorda, de idade avançada, sem muita intimidade em lidar com os pacientes, porém mesmo inexperiente, desempenhava seu trabalho com delicadeza.
Silvia fingia que dormia. A porta de seu quarto estava entreaberta e ela acompanhava a enfermeira gorda no corredor entrando de quarto por quarto aproximando do seu, que era no fim do corredor. Não demorou e a enfermeira entrou no quarto de Silvia e esta, fingia que dormia. Com cuidado, a enfermeira conferiu a temperatura da moça, enquanto conferia a temperatura apareceu outra enfermeira no quarto e disse baixinho:
- Alguma dificuldade Nora?
- Não, nem uma.
- Espere Nora, essa paciente é Silvia?
- É, acho que é, está escrito aqui.
- Você conferiu a pressão dela?
- Ainda não
- Vai ter que aplicar um sedativo também.
Para as duas Silvia dormia, mas ao contrário, estava acordada e ouvindo toda a conversa das duas.
A enfermeira gorda perguntou, sempre em voz baixa:
- Mas é necessário aplicar um sedativo nela Luciene?
A enfermeira mais nova, porém mais experiente disse:
- Essa moça Nora, precisa de cuidado especial, ela é viciada, está grávida, parece que é uma gravidez acidental, não se sabe nem quem é o Pai e o mais lamentável; essa moça Nora está com AIDS.
- AIDS Luciene? Coitada!
- Os Pais dela vão levá-la pra uma clínica para viciados, não sei se isso vai adiantar muito não! Eu tenho muita pena da pobrezinha e não precisa aplicar nada nela não.
- Oh! Sorte dessa moça, Luciene, meu Deus!
- Apague a luz e vem comigo.
A enfermeira Luciene saiu na frente, Nora, com a bandeja de remédios nas mãos, apagou a luz e seguiu Luciene, fechando a porta do quarto.
Rapidamente, Silvia levantou-se e novamente acendeu a luz. Não tinha noção direito onde ela estava exatamente, mas ouviu claramente aquelas mulheres disseram que ela estava com AIDS.
11
A moça então começou a ficar com medo, sentindo pavor daquele quarto, tendo impressão que aquelas paredes brancas estavam se ajuntando entre si e ela ali no meio sendo asfixiada. Havia uma cortina em uma delas com uma estampa amarelada. Silvia, um pouco tonta, caminhou pra porta e forçava a maçaneta tentando abri-la e fugir dali, porém a porta foi trancada por fora. Desesperada, Silvia pedia socorro, gritava por ajuda, mas ninguém a ouvia. Vistoriando o quarto e procurando uma maneira de sair dali; então viu que, por trás daquela cortina tinha um vitrô. Silvia abriu a cortina, dividindo-a pela abertura que havia ao meio e verificou que o vitrô era de duas hasteas e que corriam horizontalmente. Silvia começou a forçar o vitrô para abri-lo, não foi necessário muito esforço para isso, pois as travinhas cederam e as hasteas deslizaram com facilidade, uma para um lado e outra para o outro, deixando grande espaço no vitrô e infelizmente não havia grade de proteção ali. O vento fresco da noite invadiu o quarto. Silvia sentiu aliviada, respirou profundamente aquele gostoso ar que vinha de fora. Sua intenção, no entanto, era de fugir daquela clínica, porém seus planos estavam ameaçados, o quarto no qual ela estava era no terceiro andar, a solução era se jogar dali. Poderia ser até bom se jogar dali, a idéia da morte para Silvia, talvez fosse a melhor escolha. Era o inimigo com suas artimanhas. Silvia tinha em mente te provocar um suicídio, se jogando lá em baixo; era em fração de segundos e tudo estaria apagado de sua memória. Todavia, faltava coragem para se jogar. Do lado de fora, existia um cano metálico de grande espessura, que verticalmente passava ao lado do vitrô e que vinha do teto da clínica e ia até o chão. Aquele cano tinha a função de escoar a água da chuva, certamente para não acumular no telhado da clínica. Silvia imaginou que aquele cano poderia se um ponto de apoio para ela descer, só que seu raciocínio foi loucura. Pela sua ousadia; se colocou de pé no quadrado do vitrô e lutava para alcançar o cano, ma não obteve sucesso. Com uma das mãos ela se segurava na parede e com a outra ela lutava para alcançar o cano, desafiando o perigo. Silvia começou a caminhar no quadrado do vitrô para chegar até o cano. Felizmente ela conseguiu e já estava apoiada no mesmo, mas quando transferiu o peso do seu corpo para o cano não consegue mais suportar ficar presa nele. Com esforço de sobre maneira, ela até que se manteve grudada no cano e deslizava devagarzinho, porém o tal cano era muito liso. 12
Assim, Silvia perdia altura por entre os braços, não adiantava ela apertar os braços contra o cano para evitar uma queda, era inútil. O porteiro da clínica pressentiu algo de errado e começou a andar em volta do prédio, com a luz da lanterna o homem focalizou Silvia em apuros, o porteiro se assustou e gritou assustado: - Hei moça, que loucura é essa? Você vai cair daí, não se mexa, eu vou tirar você daí! Silvia, entretanto não suportou mais se segurar no cano, se desprendeu e caiu. O porteiro assistiu perfeitamente o corpo daquela moça em movimento, que despencou de uma considerável altura. - Deus do céu! Exclamou o homem.
A moça caiu de quase três andares. Mas Deus amparou aquela vida.
Silvia caiu num canteiro florido e enriquecido por um gramado, aquelas plantas e o tapete verde amorteceram a queda da moça. O porteiro correu em seu socorro, a moça perdera por completo o sentido, o homem não sabia como agir, teve medo em pegar a moça nos braços, temia que Silvia poderia ter quebrado algum membro ou fraturado a coluna. Às presas, o porteiro correu para dentro da clinica para pedir ajuda, não demorou estava ele de volta trazendo consigo dois enfermeiros que empurram uma maca. Com cuidados, Silvia foi posta na marca ainda desacordada.
Logo mais, na quarto, que era o mesmo de antes, Silvia já retornava a consciência e queixava de dores no corpo, mas a dor mais forte era na barriga. Uma das enfermeiras constatou que Silvia estava com hemorragia vaginal exagerada. O médico de plantão estava também ali ao lado da moça que, mesmo com pequenos sangramentos no rosto da jovem o médico verificou que ela não fraturou nenhum osso, apenas sofrera algumas agressões musculares, foi aplicado um sedativo para diminuir as dores e o motivo daquele sangramento na vagina o médico deixou para ser revelado pela manha na presença da família.
Francisco, devido a sua preocupação com Silvia, todos os dias antes de ir para o trabalho passava na clínica para saber o estado de Silvia e aquele dia não foi diferente. Primeiro que os Pais da moça, Francisco chegou na clínica.



13
Os Pais da moça foram avisados por Francisco que o médico aguardava-os no consultório, o médico plantonista, doutor Napoleão, tinha um comunicado a fazer e os Pais da jovem, acompanhados por Francisco entravam no consultório assim que chegaram. O médico falou da queda da moça, disse que aquilo pareceu uma tentativa de suicídio e fez outra afirmação:
- Olha Silvia teve alguns pequenos cortes na pele, mas o lamentável dessa queda foi que isso te provocou um aborto instantâneo, Silvia perdeu o filho que esperava, ela não pode mais ficar sozinha, se não certamente ela volta pras drogas.
Francisco perguntou:
- E a AIDS doutor, ela nunca vai ser curada né?
- Não, meu rapaz, é a realidade, AIDS não tem cura, mas existe um coquetel de remédios que prolonga a vida do aidético, ele pode ter sua vida normal, pode casar, agora transar só de camisinha, só que filhos não pode ter. Com Silvia isso só acontece se ela livrar de vês das drogas, para ser sincero, eu acho que a filha de vocês queria mesmo era se matar!
- Se matar doutor!? Indagou dona Eunice.
- Sim dona Eunice, não está fazendo nada bem pra ela ficar fechada, sem contato com o mundo, Silvia precisa de estimulo pra viver, agora ela não pode jamais voltar pra vida que ela tinha.
- Como doutor, o que nós podemos fazer para dar uma vida diferente pra ela? Deus, sempre damos tudo que Silvia quis, nunca tivemos controle sobre ela. Frizou Sr. João:
- Posso dar um conselho pra vocês. Sugeriu o médico.
- Por favor doutor, eu não sei mais o que fazer, se bem que eu acho que tudo o que o Sr. Dizer não vai solucionar a situação de nossa filha! Disse Seu João emocionado.
- Sr. João, Dona Eunice, há uma solução para Silvia. Procurem uma Igreja evangélica, olha como cristão que sou, tenho visto muitas curas, verdadeiros milagres e acredite, Deus pode restaurar a vida da filha de vocês, eu senti o desejo de dizer isso pra vocês, procura Deus, peça ao Espírito Santo a salvação de Silvia e vocês verão a transformação que Deus fará na vida de Silvia, até mesmo a cura da AIDS. Deus curou minha esposa de câncer, a medicina desenganou minha mulher, disse que ela já não tinha muito tempo de vida, eu fiquei desesperado, pois mesmo sendo medico eu não podia fazer nada pra curar minha mulher.
14
O médico estava se emocionando – Então minha ultima tentativa pra tentar curar Isabel, minha esposa, eu falei com deus e apresentei a Ele minha mulher, visitei um templo evangélico juntamente com minha esposa e naquele templo a unção do Espírito Santo veio sobre ela, nós nos derretemos em lagrimas e foram tão fortes aquelas orações em trono de minha esposa que ela naquele momento foi curada de câncer. Depois que conhecemos Jesus Cristo e, de receber tamanha graça do Espírito Santo passamos a servir esse Deus de poder, que cura enfermidades que a medicina é incapaz de curá-las!!!
Doutor Irom entrou no consultório e disse:
- João, não posso manter Silvia mais aqui, ou você a leva pra clínica na fazenda ou pra sua casa. Ficar fechada ali só aumenta seu sofrimento.
Seu João olhou para o Doutor Napoleão e com segurança falou:
- Eu vou levar a Silvia pra nossa casa!
- Mas, João, Silvia é uma dependente química, certamente ela vai voltar a usar pó e depois do que aconteceu aqui essa noite é muito arriscado se ela não submeter a um tratamento mais rigoroso. Acrescentou Doutor Irom.
- Acho que não Irom, porque nós vamos nos entregarmos a Deus que é o médico dos médicos, e Deus vai curar minha filha! Não é mesmo Doutor Napoleão?
Doutor Napoleão abraçou-se com o Seu João e disse:
- Não tenha dúvidas disso Seu João!
Sr. João, Dona Eunice e Francisco estavam muito emocionados, na verdade estavam quase chorando sem saber o que fazer, portanto todos foram unânimes nesta decisão, todos estavam firmes nesse propósito de servir a Deus.
Doutor Irom disse:
- Amém João, Deus te ouça!
Silvia então foi tirada da clínica e lavada para casa. Em casa sua ansiedade continuava, pelo menos ela obedecia a seus Pais e não saia de casa.
Um dia, em seu quarto Silvia, como já mudara seu comportamento, já tinha dialogo com os Pais, numa conversa amigável com sua Mãe, perguntou:

15
- Ah! Esse tal de Francisco, esse cara é muito impertinente, por que ele está sempre aqui? Eu estou cheia desse cara Mãe, era na clínica, agora aqui em casa, pô dá um tempo!
- O que é isso filha, não fale dele assim, você sabe que ele gosta de você filha, seu Pai, simpatiza muito com esse rapaz, olha foi Francisco quem te socorreu, se não fosse ele filha, você poderia morrer ali naquele banco.
- É mesmo Mãe!? Perguntou Silvia em tom mais suave.
- Olha filha, queria te pedir, não maltrate ele, Francisco está sofrendo muito por sua causa. – É... Acho que toda vida eu fui mesma injusta com Francisco!.. A moça estava deitada em sua cama e se convencendo da sua arrogância com Francisco, arrogância até sem motivo. Enquanto ela falava olhava pára sua foto na parede do quarto, se mantia de costa para sua Mãe. Motivo pelo qual não notou que Francisco adentrou no quarto tocando sua cadeira; dona Eunice, silenciosamente olhou para o rapaz e foi saindo devagarinho do quarto para deixar Francisco e Silvia a sós. A mulher murmurou no ouvido do rapaz: - Ela está mais calma hoje. Boa sorte!
Silvia continuou falando, mas sua Mãe não mais te ouvia, somente Francisco:
- Mãe, a senhora acha que eu... - E virou o rosto para sua Mãe, mas se surpreendeu ao ver Francisco ao invés de sua Mãe.
Ficou um olhando para o outro um bom tempo, depois Francisco perguntou:
- Você está bem Silvia?
-Estou né, você não tá vendo?
Silvia se levantou da cama e um pouco perturbada caminhou rumo a porta de saída para fugir de Francisco, mas articulou outra palavra:
- Cadê minha Mãe heim?
Porém quando ela passava pelo rapaz, este te segurou na mão e te barrou dizendo:
- Quero falar com você Silvia.
- Olha aqui Francisco, já sei que foi você que me deu socorro, obrigado tá! Vou falar pro meu Pai recompensar você por isso, agora me deixa em paz, eu estou bem.

16
- Você não está bem; você acabou de perder uma criança, você ainda não se livrou das drogas, você está com HIV, você tentou se matar Silvia. Por favor, me deixa ajudar você, eu preciso fazer algo por você Silvia!
- Você me ajudar... - Silvia deu uma risada forçada – Cara você é que precisa de ajuda, como você quer me ajudar? Você vai me curar, você vai curar essa AIDS? Cara eu vou morrer, não tem mais jeito! Quer se enganar cara?
Os olhos da moça já estavam marejados.
- Não, não vai não, você é forte, você vai ser curada Silvia!
- Você já ouviu dizer que algum médico já curou a AIDS Francisco?
- Escute Silvia; naquela clínica, um dos médico, que cuidou de você, falou para seus Pais e pra mim que existe um Deus que cura doenças impossível da medicina curar. Olha, seus Pais e eu já aceitamos Jesus, nós já tivemos um encontro com Deus e, essa noite eu tive uma visão; eu vi Deus curando você da AIDS Silvia?
- Olha, semana que vem eu começo a tomar aquele coquetel de remédios para prolongar minha vida, quem sabe eu viva um pouco mais né? Agora ser curada cara?.. Por que Deus ia me curar se eu nunca nem tomeu conhecimento que Ele existe?
- Pois eu creio que Deus vai curar você Silvia! Jesus me disse em sonho. Ele ama você Silvia, não importa o que você foi, o que você fez, Deus já te perdoou e quer curar você Silvia!
Silvia cheia de dúvidas perguntou:
- É mesmo Francisco?
E os dois se abraçaram e choraram pois se emocionaram muitos. Porém naquele dia Francisco não convenceu a moça de ir à Igreja.
Um dia na empresa de Sr. João, já no fim do expediente, patrão e empregado tiveram um particular e conversaram sobre Silvia.
Por acaso, ao sair do escritório, Sr. João viu Francisco no corredor da empresa que também já ia embora.
Sr. João disse para o rapaz:
- Ah... Foi bom ver você Francisco, quero falar com você, entra aqui no meu escritório um instante.
Dentro do escritório, Sr. João continuou falando, enquanto colocava a maleta de volta sobre a mesa. Francisco acomodou-se na cadeira de rodas e se pois a ouvi-lo:

17
- Olha Francisco, Eunice e eu já fizemos de tudo para convencer nossa filha visitar a casa de Deus, mas ela não nos obedece, não podemos levá-la a força, você está sabendo lidar melhor com ela de que nós, então quero te pedir Francisco; Silvia está sofrendo muito trancada naquele quarto, converse com ela Francisco, fale de Deus pra ela, faça Silvia ir em um templo evangélico. Estou certo que Deus vai fazer um milagre na vida de Silvia, mas é preciso que para isso que ela converta seu coração!
- Sr. João, eu já tive essa conversa com ela, ela chorou quando eu disse que Deus a ama e que Ele vai curar-la da AIDS. Pela primeira vez, ela me abraçou. Acho que logo Silvia vai me acompanhar até o templo de Deus e eu também estou convencido de que Deus vai curar sua filha!
Sr. João se alegrou e cumprimentou Francisco:
- Que surpresa boa Francisco, continue fazendo assim meu filho, tenho certeza que é você quem vai evangelizar minha filha, louvo a Deus por isso!
- Eu estou orando muito por Silvia, tenho falado com Deus, peço a Ele sua misericórdia, consolo pro meu coração, pois estou muito quebrantado e Deus também tem falado comigo Sr. João; basta só Silvia ir até Ele, se humilhar e o adorar pra Ele se manifestar na vida dela, eu estou certo Sr. João que Deus vai curar sua filha!
- Mas não está nada fácil Francisco, Silvia se nega a conhecer esse Deus, acho que ele vai até ter um recaíca e voltar a fumar drogas e se isso acontecer, é certo que perderemos nossa filha!
- Não pense assim Sr. João, tenha fé. Olha, continua sua comunhão com Deus, deixa Silvia comigo. O senhor sabe o tanto que eu gosto de sua filha, não sabe?
- Sim sei Francisco e faço muito gosto nisso, tomara que você a conquiste.
- Que bom Sr. João. Deus tem me prometido que vai fazer de Silvia minha esposa também, eu até já sinto diferença nos gesto deda, ela já não mais me agredindo, ela demonstra ser minha amiga, já olha nos meus olhos quando fala comigo – Francisco enlanguesceu os lábios num sorriso, se confundindo aquele sorriso com as lágrimas que escorriam no rosto. – Ah Sr. João, como Deus é maravilhoso, Ele tem transformado o coração de Silvia!

18
Naquele inicio de noite estava áspera com sua Mãe, ignorava totalmente sua progenitora.
Dona Eunice falava sozinha. Silvia revirava o guarda-roupas procurando um melhor, ou pior, vestido. A Mãe da moça vendo que não tinha autoridade com a filha, ficou em prantos e clamava a Deus, a mulher intercedia em favor de sua filha, pois estava ciente que o inimigo vencia a batalha. Dona Eunice suplicou a Deus que fizesse algo naquele momento e impedisse que a filha voltasse para às ruas. Deus se compadeceu naquela mulher e o Espírito Santo confortou aquele coração. Pois um lar que serve ao Senhor Jesus como já o era de dona Eunice. Visto que, a partir do momento que a pessoa aceita o Senhor Jesus na sua vida, como o caso do casal dono daquela casa, a unção de Deus invadi seu viver, fazendo com que toda a ação do inimigo se torne frustrada, portando não há o que se temer quando se vive em comunhão com o Senhor Jesus.
Dona Eunice orou em voz alta, Silvia se pós a ouvir sua oração encostada à porta do seu quarto, que era bem próximo do quarto de sua Mãe. Mesmo com o poder da oração de dona Eunice Silvia não desanimou d sair de casa. A moça, já caracterizada; enxugou as lágrimas em seu rosto e disse para sua Mãe em alto tom de voz e interrompendo a oração da Mãe:
- Tô indo Mãe!
Na sala ela havia escondido sua bolsa, só não sabia aonde, mas logo a encontrou que estava atrás do criado mudo. Com sua bolsa nas mãos, ela tirou um cigarro e o ascendeu, porém no primeiro trago que deu começou a tossi muito, tossindo ela caminhou rumo a porta, mas ao abri-la, para ganhar às ruas, deu de cara com seu Pai e Francisco, que voltavam do trabalho. A moca ficou parada e olhando para seu Pai e pro rapaz, por um instante ninguém proferiu palavras. Depois Silvia deu seqüência e saiu; Francisco, no entanto, exclamou por seu nome:
- Silvia!
Silvia, já de costa para o Pai e o rapaz, ficou parada e ouviu Francisco, que acrescentou:
- Jesus te ama, não dê chance pro diabo, ele quer destruir você – E repetiu – Jesus te ama!
Silvia contornou o rosto pro rapaz e com seus olhos molhados de lágrimas, continuou calada.

19
Francisco prosseguiu:
- Você quer, de novo, encontrar aqueles seus amigos imundos? Pois saiba que é só eles saberem que você está com AIDS para fugir de você, você vai ficar abandonada, sem ninguém. Por favor; jogue esse cigarro fora e fique com nós que te amamos!
Silvia obedeceu; jogou realmente o cigarro fora e correu em direção a Francisco; abraçou-o e chorou amargamente nos braços dele. Em prantos ela dizia:
- Me ajude Francisco, pelo amor de Deus, me ajude, eu tô com medo de morrer!..
O Pai da moça pegou sua bíblia e começou a ler, mas não podia ler, pois estava com a visão embaraçada pelas lágrimas. Dona Eunice olhava um pouco afastada deles e também chorava.
Francisco apaziguou a moça dizendo:
- Calma Silvia, você não vai morrer, eu te garanto isso. Deus vai curar você. Você crê nisso?
-Sim, creio!
- Então vem comigo, vamos nós dois dar dá uma volta de carro!
Francisco fez um sinal discreto com a cabeça para os Pais da moça e saiu com ela.
Seu João e dona Eunice entenderam a mensagem do rapaz e não disseram nada para impedirem deles saírem juntos.
Francisco queria somente distrair a jovem com esse passeio e, principalmente, queria fazer uma nova tentativa, aquele passeio seria uma alternativa.
Já percorrido boa parte da cidade e Silvia permanecia quieta, não pronunciou uma palavra, durante todo o tempo ela mantinha o olhar fixo nas luzes que passavam sobre o carro, dando também destaque para os letreiros que mostrava os nomes de algumas lojas, algumas até com promoções de venda. Muita gente circulava nas ruas da cidade aquela noite; havia gente nos bares, nas lanchonetes procurando aliviar o stresse do dia, mas o que eles realmente precisavam eles não buscavam; o verdadeiro alivio para todo cansaço, é meditar na palavra de Deus.
Em pensamento Francisco intercedeu por toda aquela:
´´ Meu Deus, tenha misericórdia desse povo que não te conhece! ``
Francisco, então parou o carro em frente a uma Igreja evangélica.


20
Silvia perguntou:
- Por que você parou aqui?
Era noite de quarta-feira, nessa noite havia culto na Igreja, por isso o trânsito estava congestionado em frente à Igreja.
Francisco disse:
- Se você não quiser descer do carro e entrar na Igreja tudo, daqui dá para ouvir o que o pastor está falando. Agora, deixa Deus falar com você Silvia!
- Eu não consigo ouvir a voz de Deus Francisco.
- Apenas não diga nada Silvia, o Espírito Santo é que age em você, depois que você sentir o mover do Espírito Santo de Deus, ai você ouvirá Ele falar com você!
Francisco começou a falar com Deus, em oração ele intercedia em favor de Silvia, pediu a Deus para amolecer o coração daquela moça que ainda estava na rebeldia e na ignorância. Silvia se dividiu entre as orações do pastor dentro da Igreja e a de Francisco a seu lado. Francisco então clamou em alta voz o nome do Senhor:
´´ Misericórdia Senhor para essa vida que te pertence!.. ``
E a unção de Deus foi tão forte ali no interior daquele carro que Silvia se derreteu em lágrimas e ela também começou a concordar com Francisco nas suas pedições a Deus. Silvia foi tão tocada pelo Espírito Santo naquele momento que soltou um grito de brado ao Senhor Jesus:
- Glória ao Senhor Jesus!
De tão alta que foi essa frase de Silvia que alguns membros da Igreja ouviram a exclamação da moça e correram para o carro a fim de certificarem do que estava acontecendo.
Francisco já congregava com aqueles irmãos na mesma Igreja, portanto já era conhecido de todos.
Francisco disse:
- Meus irmãos. me ajude a levar essa moça pra dentro da Igreja. O inimigo quer destruir essa vida, mas hoje ela vai ficar livro de toda ação do diabo, tudo que foi lançado nessa moça, tudo de ruim que ele trouxe para roubar, para matar vai ser desfeito agora, em nome de Jesus!
Aqueles intercessores, sem saber o que estava acontecendo, começaram também a orar e expulsar o demônio.
Silvia andava amparada pelos intercessores da Igreja. Francisco acompanhava a moça tocando sua cadeira de rodas. 21
A Igreja estava cheia de fiéis; gente louvando o Senhor, outros oravam, pessoas de joelho dobradas e olhos fechados choravam, outros de braços levantados, suplicando a Deus a solução de algum problema.
Silvia andava entre a multidão, os intercessores pediam licença pra um e pra outros e conduzia a jovem Silvia para frente, até o altar. Silvia, na verdade, estava um pouco assustada, pois jamais esteve em um lugar como aquele.
Providenciaram uma cadeira para a moça e a colocou-a sentada bem próxima do pastor da Igreja. Dentro da Igreja ela avistou entre os fiéis um dos médicos que cuidara dela na clínica; era o doutor Napoleão com sua esposa Izabel, que foi curada de câncer e juntos com eles seus dois filhos. De longe deram um sorriso para a moça, cumprimentando-a.
A mocidade cantava hinos de edificação. Francisco, sempre ao lado de Silvia, foi até o pastor e chamou-o para um particular, trocaram uns cochichos e em seguida o pastor, de nome Miguel, deu um forte abraço e um beijo na testa do rapaz, fez um sinal de positivo com a cabeça, ligou o microfone e usou novamente da palavra, dizendo:
-Aleluia!.. – Caminhou rumo a Silvia – Fique em pé minha jovem – abraçou a moça e as lágrimas viram em seus olhos. Com a voz ofegante, pela comoção, o pastor Miguel prosseguiu:
- Meus irmãos, o diabo tem tentado, de toda maneira, tirar a vida dessa jovem e eu fui informado, por esse moço na cadeira de rodas que ele já deu o primeiro passo pra roubar a vida dela. – Olhou para ela e perguntou – Qual seu nome moça?
- Silvia.
- Essa jovem, meus irmãos, estava condenada a morrer, pois o inimigo lançou sobre ela o HIV – Silvia encostou sua cabeça no ombro do pastor e chorou, o pastor continuou falando, também com lágrimas no rosto – Mas o Senhor trouxe ela aqui essa noite e eu te digo ´´ satanás você perdeu, pegue tudo o é seu e vai embora, você é um derrotado. `` Minha irmã você veio no lugar certo, tenha certeza que você vai sair curada daqui hoje. Você crê nisso?
- Creio.
O pastor conclamou:
- Peço que toda a Igreja faça uma corrente Espiritual em torno dessa moça e clame, clame mesmo a Deus. Peça pra Ele perdoar os pecados que essa jovem cometeu no passado.

22
- Olha... Pra vocês ter uma idéia do que o diabo fez com ela; ele levou essa moça a tentar a se matar, é isso mesmo, essa moça tentou o suicídio! Mas já está amarrado, em nome de Jesus e o Espírito Santo está me dizendo que essa noite Deus vai curar você de todo trauma, dessa AIDS, amém?!
As orações foram tão tremendas, os anjos do Senhor, com certeza, estavam ali, planando sobre as cabeças das pessoas. Silvia sentiu sobre si o poder do Espírito Santo, naquela hora caiu o sopro do Senhor sobre seu corpo e ela não resistiu mais se manter de pé; perdeu o domínio do corpo e suas pernas amoleceram, se curvou e caiu no piso da Igreja e foi nesse momento que aconteceu o milagre em sua vida.
Depois puseram a moça sentada novamente na cadeira e, pouco a pouco ela ia se refazendo. Francisco, sempre de seu lado. Quando viu que a moça já estava refeita do susto, abraçou com a mesma e continuou orando com lágrimas nos olhos. O pastor da Igreja estava convicto que havia acontecido algo ali e Silvia foi curada. Todos começaram novamente a louvar a Deus junto com os instrumentos musicais do grupo de cantores, fazendo grande festa em adoração ao Senhor Deus. No outro dia pela manhã, dona Eunice entrou no quarto de Silvia para arrumá-lo, viu sua filha sentada na cama com brilho diferente nos olhos e ficou presenciando a filha se aprontando para novamente sair. A Mãe já ficou meio cabreira, pois não sabia onde a filha ia, temia que Silvia ia se juntar com seus velhos amigos. Dona Eunice perguntou, se entristecendo:
- Você vai sair de novo filha?
- Não se preocupe comigo Mãe, não vê algo diferente em mim, não percebe Mãe?
Dona Eunice sentou-se de perfil na beira da cama da filha e disse mesmo danço as costas para ela.
- Filha não é bom que você fique saindo de casa, seu Pai e eu ficamos incomodados com você ainda mais saindo sozinha!
Silvia abraçou a mãe por trás, pondo os braços em volta do seu pescoço e apoiando-se em seus ombros, disse Silvia docemente.





23
- Calma dona Eunice, sabe Mãe, ontem eu conheci esse Deus que você tanto fala, Francisco me levou para a Igreja, por isso chegamos tarde e olha Mãe, Deus me transformou na noite de ontem, não imaginava que fosse assim, mesmo se eu morrer por causa dessa AIDS, morro feliz porque sei que fui perdoada e estou salva pra morar no céu! – Deu um beijo na cabeça da mãe e disse:
- Eu não demoro!
Dona Eunice não sabia se sorria ou chorava, pois nunca havia te dado um beijo.
- Graças a Deus. Obrigado Senhor! João tem que saber disso, vou telefonar para ele e contar a novidade que aconteceu com nossa filha! Disse dona Eunice quando saia do quarto.
Todos os dias antes de começar o trabalho seu João lia um ou dois versículos da Bíblia. Aquele dia não foi diferente, enquanto meditava em Salmos 113-6, o telefone tocou: Trim, Trim.
- Alô, é você Eunice? Acabei de sair de casa e você já me liga! O que foi meu bem?
A mulher estava radiante do outro lado da linha e disse satisfeita:
- É nossa filha João, Deus seja louvado!
- Ah, meu Deus o que aconteceu agora Eunice?
- Fique calmo João. Assim que você saiu, fui para o quarto de Silvia, amor eu percebi a presença do Espírito Santo em nossa filha, algo aconteceu! Silvia me disse João que ontem à noite ela conheceu nosso Deus e ela está tão mudado meu querido, isso não é maravilhoso?!
- Já sei o que houve Eunice, foi Francisco, ele conseguiu, ele é o responsável pela salvação de nossa filha, Eunice e...
Nesse momento Francisco bateu na porta, pediu licença e adentrou no escritório, empurrando a cadeira de rodas. E disse:
- Seu João preciso que o senhor assine esses papeis, mas se preferir, eu volto mais tarde.
- Não, espere meu irmão em Cristo – Depois eu falo com você Eunice – Seu João se emocionou àquela hora.





24
- Esse telefonema era de minha mulher, ela disse que hoje Silvia acordou renovada, cheia da unção de Deus em sua vida, eu sei que foi você Francisco, você que levou ela à presença de Deus, há algo novo em sua vida, eu sei que você Francisco, você que levou Silvia à presença de Deus! Milha filha está salva, graças a você Francisco, que foi o elo de ligação entre Silvia e o Espírito Santo de Deus! Eu tinha que comemorar essa vitória, me dê um abraço meu rapaz! Seu João levantou-se da cadeira, caminhou em direção a Francisco e deu um forte abraço nele, depois um beijo em seu rosto. Francisco mencionou então o ocorrido à noite passada: -Eu estou maravilhado com Deus seu João. Como Deus é tremendo! Sua filha foi a Igreja comigo ontem, onde foi tão grande o mover de Deus, Deus curou sua filha seu João! - Será possível isso Francisco? - Essa afirmação que faço vem de Deus seu João, o Espírito Santo me revelou que Silvia foi curada da AIDS. - Eu também acredito na cura de minha filha Francisco, mas não sei se sou digno de receber tamanha graça de Deus! - Pois, quero que o senhor vai no culto de amanhã na Igreja onde nós congregamos e o senhor verá um acontecimento de testemunho de sua filha. Eu tenho um recado de Deus pro senhor seu João, vai ouvir o que sua filha tem pra contar. Esse é o recado que Deus me mandou te dizer. Agora com licença! Francisco contornou sua cadeira de rodas e se retirou do escritório com ar misterioso. Impressionado e confuso com as palavras do rapaz, seu João comentou consigo: ´´ Francisco está muito estranho, Será que isso é verdade? Eu vou ao culto de amanhã, fiquei curioso. Mas será que minha filha tem realmente algo a dizer na frente daquele pessoal todo? `` Algumas horas depois Silvia retornara da rua com uma bíblia nas mãos. Bíblia essa que foi comprada àquela manhã, pois quando saiu de casa não a carregava. Dona Eunice preparava o almoço e ouviu os passos da filha que chegava em casa. - É você Silvia? Perguntou a Mãe lá da cozinha. -Sim Mãe, sou eu. Silvia caminhou direto pro seu quarto, mas sua Mãe veio antes até ela.
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Dona Eunice se surpreendeu ao ver a bíblia novinha nas mãos da filha, porém nada mencionou com a filha sobre a bíblia, mas sem dúvidas, era outra novidade saber que Silvia se comportava lendo a palavra de Deus. Silvia prosseguiu andando rumo ao quarto, mas sua Mãe disse: - Espere filha. Onde você foi? - Ah Mãe, estou exausta. Agora vou pra meu quarto descansar um pouco, quero meditar na palavra de Deus! – Silvia disse essa frase mostrando a bíblia em suas mãos. A moça entrou em seu quarto e lá dentro ela se trancou. Então Silvia não viu mas as horas passarem, a moça passou o dia todo em jejum, se alimentando somente da palavra do Senhor Deus. Preocupada, dona Eunice, de vez enquanto se aproximava do quarto de Silvia para chamá-la e fazer a filha comer alguma coisa. Todavia quando ela ia bater na porta do quarto para chamar a filha perdia a coragem e não conseguia interromper a intimidade da filha com o Espírito Santo. A mulher ficava a ouvir as orações da filha do lado de fora do quarto encostada na porta, te deixando emocionada. Por volta de 17:00h. Dona Eunice sentiu que a filha tinha de se alimentar. Dessa vez dona Eunice se decidiu, de verdade, a chamar a filha, mas quando ela chegou novamente à porta do quarto e ameaçou a bater à porta, ouviu a voz do Espírito Santo dizendo ao seu coração: ´´ Não desvie a atenção de sua filha agora de minha face, a fé dessa moça agrada meus olhos``. Dona Eunice fraquejou outra vez e junto com a filha ela também orava e chorava, mesmo com a porta do quarto fechada para ela, Mãe e filha oravam do lado oposto da porta. Depois de poucos minutos Silvia girou a chave e abriu a porta e viu sua Mãe na sua frente ajoelhada e em prantos e intercedendo por ela. - Oh, minha Mãe, esse Deus é maravilhoso! Silvia conseguiu dizer assim para sua Mãe, não controlando sua emoção. Dona Eunice foi levantando devagarzinho e abraçou-se com a filha, dizendo: - Como podes dizer isso filha, se você não conhece ainda o poder de Deus na sua vida?

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- Já sim minha Mãe. A senhora já sabe que Deus me curou ontem, a senhora acredita que Deus me curou de AIDS Mãe?..
- Como sabe que Deus te curou filha, por que tá falando assim? - Não sei Mãe, mas eu estou ouvindo uma voz me dizendo que Deus me curou. Não paro de ouvir isso Mãe. Por que eu estou ouvindo isso Mãe?.. - Não sei filha, mas fique calma. Olha... Pára de chorar filha, senta aqui na cama meu amor, me conte com calma o que está acontecendo!
As duas sentaram na cama, enxugaram as lágrimas e Silvia explicou o que estava se passando em sua vida. - Mãe, ontem, quando Francisco me levou aquela Igreja, eu estou tendo essas vições e hoje eu fiz outro exame de sangue, amanhã vou saber o resultado do mesmo, será que eu estou mesmo curada Mãe? - Não sei filha, mas eu não admiro se isso tiver acontecido, a misericórdia de Deus é infinita! - Eu sei Mãe, mas será que Deu me curou no primeiro dia que me humilhei para Ele! Eu nunca fiz nada para agradar a Deus. Eu tô indignada comigo mesma Mãe. Como eu pude ignorar esse Deus esses anos todos!?
-Não há tempo determinado para se entregar a Deus filha, mas eu acho que foi no momento certo, pois o inimigo já estava arquitetando sua morte filha! - Perdão minha Mãe, me perdoa! Graças a Deus eu estou remida no sangue do cordeiro e o diabo está derrotado, tudo que existia de podre na minha vida e no meu corpo foi repreendido e aquela rebeldia toda já não vigora em mim, em nome do Senhor Jesus, amém Mãe!?...
- Glória a Deus!.. Que bom filha ver você assim, tão transformada, cheia da unção de Deus, Deus seja louvado!..
No dia seguinte, Silvia novamente se preparava para sair de casa. Se despediu de sua Mãe foi para a clínica para saber o resultado do seu exame de sangue.
Dona Eunice até queria acompanhar a filha ao médico, Silvia, no entanto dispensou a companhia da Mãe, Silvia foi sozinha em seu novo carro que seu Pai te dera recentemente. Não tardou para Silvia chegar em casa, a moça segurava em uma das mãos a Bíblia, na outra um envelope branco de tamanho considerado e com alguns letreiros, que certamente trazia o nome da clínica e do médico. 27
Silvia jogou a chave do carro em cima do sofá na sala e deu um beijo em sua mãe que te esperava sentado em outro sofá lendo um livro evangélico.
Silvia disse a mesma frase de antes:
- Estou exausta Mãe, vou pro meu quarto.
- Filha e o exame, o que o médico disse?
Dona Eunice não insistiu, a mulher teve uma, intuição de Mãe, a filha tinha nos olhos aquele mesmo brilho de antes. Sua Mãe achou por bem não arrancar esse segredo da filha a força. Durante todo o dia Silvia arrumava um jeito novo de não dar nenhuma referencia sobre o exame de sangue, Dona Eunice apesar de muito curiosa para saber o resultado do exame, se mantinha firme.
Finalmente chegou a hora do culto. Francisco e Silvia haviam combinados de que ele a pegaria em sua casa. Dito e feito. Às 19:00 h, Francisco apareceu na casa de Silvia, cumprindo assim seu compromisso. Os Pais da moça também foram, só que um pouquinho mais tarde, logo depois de Francisco e Silvia.
Todos se preparavam para dar inicio ao culto. Os fiéis iam se aglomerando e se assentando, outros chegaram um pouco mais cedo e oravam de joelhos dobrados, apoiando-se o rosto sobre a cadeira e em poucos segundos a Igreja já estava cheia de gente. Silvia percorria o corredor segurando o envelope numa das mão e na outra ela carregava a Bíblia e ao seu lado, ia Francisco tocando a cadeira de rodas e levando sua bíblia no colo. Como antes ambos ficaram perto do pastor, a moça se assentou, Francisco posicionou a cadeira de rodas bem ao seu lado.
Começaram os louvores, em seguida as orações. Silvia abria sua boca em grande adoração e com os olhos fechados, ela exaltava o nome do Deus num sentido de agradecimento, levantava os braços para o céu e exclamava ao altíssimo perdão. Francisco sabia perfeitamente o que Deus havia feito na vida de Silvia e junto com a moça ele triunfava de felicidade.
De tão cheia que estava a Igreja, os dois, não notaram a presença dos Pais da moça que estavam mais a trás.
Francisco, de novo foi ate o pastor, trocaram algumas palavras ao pé do ouvidos, se abraçaram e o rapaz voltou pro seu lugar.


28
O pastor, depois desse particular com Francisco, dava Glória ao Senhor Jesus com enorme satisfação pelo que o Senhor havia feito na vida daquela moça. Pegou o microfone e exclamou:
- Aleluia!!! Gente, vocês acreditam em milagres? Eu acredito! Prepare seus corações para ouvir o milagre que Deus fez aqui nessa Igreja. O que é impossível para o homem, é possível para Deus. Eu quero chamar essa jovem aqui – se referindo a Silvia – vem cá você.
Nessa hora o pastor começou a ficar emocionado – Quem de vocês se lembram dessa moça que estava no culto passado, veio até forçada por Francisco, pois ela não tinha mais expectativa de vida porque ela tinha AIDS e todos nos sabemos que AIDS não tem cura, mas hoje essa moça tem um testemunho e ela vai contar o que Deus fez na vida dela!
Abraçando à moça, o pastor deu um beijo no rosto dela e te passou o microfone.
Silvia pôs a Bíblia e o envelope numa mesa ali exposta para auxiliar o pastor e a emoção era tanta que ele tremia as mãos. Segurando o microfone numa mão ela fez um silêncio, mantinha os olhos fechados, procurando forças para falar, conteve seu choro e disse:
- Eu saúdo essa amada Igreja com a paz do Senhor Jesus! Irmãos, há muito para ser contado. Pastor, na verdade eu estou arrependida porque não conhecia o amor de Deus e por pura teimosia minha! Por tantas vezes chegava até desafiar a Deus! Como meus Pais sofriam comigo! Eu saia pra noite, inturmava-me e saia ai sem destino, eu fui pras drogas e bem rápido eu fiquei tão dependente delas que não tinha mais controle sobre mim, tanto que eu mesma injetava no meu corpo,tantas horas da noite eu sentia vontade de voltar pra casa, sentia desejo de deitar no colo de minha mãe, da proteção do meu pai!
Havia grande silencio na Igreja. Muitos tinham seus olhos umedecidos, inclusive os Pais da moça, sentados mais atrás, porém Silvia já viu que eles estavam ali. E Francisco, em sua cadeira de rodas, frente a frente com Silvia, compartilhando do seu sofrimento, pois era a mulher de sua vida que relembrava esses fatos. Mas a moça se mantinha firme e não se deixando vencer pelas lagrimas, ela continuou – Eu tinha vergonha de Voltar para casa, então eu ia, sabe pra onde?

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Pro cemitério! Sim, pro cemitério. Eu dormia em cima de túmulos, misericórdia! Veja ao ponto que o diabo controlava minha vida, eu estava no formigueiro do diabo, eu vomitava em cima de mim mesma!
Um dia, felizmente, Deus usou esse meu amigo, aqui na cadeira de rodas – disse colocando uma das mãos no ombro de Francisco – para me dar socorro, porque Deus teve compaixão de mim e Francisco me estendeu as mãos e mesmo contra minha vontade ele me trouxe aqui nessa Igreja e foi aí que eu o aprendi a amar muito, obrigada meu amigo!
Silvia fez uma pausa em sua explanação, a emoção fluía de sobre maneira, que ela precisou ser amparada pelo pastor. Silvia continuou dando seu testemunho.
- Uma noite Francisco me viu deitada num banco de praça, creio que essa nessa noite que o inimigo ia exterminar de vês com minha vida porque eu sentia muita dor. Irmãos eu estava péssima, meu corpo era lixo, eu usava piercing na sobrancelha, no nariz, no queijo, na língua! Francisco então me levou para um hospital e foi constatado que eu estava grávida, não me pergunte de quem! Aí veio o pior, foi diagnosticado que eu havia contraído HIV, eu estava com AIDS. Imaginam, uma jovem com 18 anos de idade, com tanta vida, com Pais que me amavam muito e sempre preocupados comigo, estava condenada, não tinha jeito, eu ia morrer! Poderia até adiar um pouco minha morte, mas em nada adiantaria isso, pois tudo estava acabado pra mim e o que ia ser daquela criança que eu esperava? Eu me perguntava!
E eu tentei o suicídio naquele hospital, mas a mão do Senhor estava lá, sem eu saber, Deus zelava por mim. Vejam vocês, eu nem sequer sabia da existência de Deus e ele zelava por mim! Porém meu filho foi tirado de mim, mas hoje eu entendo que a perda do meu filho era propósito de Deus, acho que eu estava no inferno, ou bem próximo dele. Eu precisava urgente de me arrepender e buscar o perdão de Deus e através desse meu amigo, que me trouxe nessa Igreja, Deus teve misericórdia de mim, perdoou meus pecados e bastou eu me arrepender para Ele fazer um milagre em minha vida, Aleluia!!!
E em prantos Silvia revelou o que Deus fez na sua vida:

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- Esse envelope – Disse pegando-o – Na minha mão é meu novo exame de sangue. O médico, na hora que viu esse exame, hoje de manhã não sabia o que dizer, ficou me olhando boquiaberto. Irmãos, na primeira noite que eu estive no culto nessa Igreja, sabe o que Deus fez na minha vida!? – Silvia já sorria. - “Deus me curou de AIDS! Aleluia!!! O médico me disse! - Silvia o que foi que aconteceu? Seu sangue está limpo, você não está m,ais com AIDS! Algo aconteceu Silvia, o que foi isso?” Eu respondi: - “Eu sei o que aconteceu doutor. O senhor se lembra quando me falou que só Deus poderia me curar? - Eu continuei, não mais contendo as lagrimas. - Pois o senhor não mentiu doutor ,foi Deus que me curou de AIDS! Oh! Aleluia!!! Eu não tenho mais AIDS no meu corpo, porque hoje eu sirvo ao Senhor Jesus! Aleluia!!!
E uma explosão de guerra Espiritual tomou conta daquele lugar, todos aplaudiam o Senhor Jesus em retribuição a mais esse milagre realizado na Igreja. Depois de alguns segundos de grande louvor e agradecimento a Deus, Silvia continuou falando, já com a voz um pouco rouca:
- Olha, quem quiser comprovar que eu fui curada, eu tenho aqui nesse envelope os dois exames, o mais antigo, onde afirma que eu estou com AIDS e sem tratamento, até porque todos sabem que a medicina não cura AIDS. E o meu recente exame onde afirma que eu “não” tenho mais AIDS! Glória a Deus!
Silvia orava ao microfone, enquanto alguns pastores, que estavam ali, conferiam os exames e concluíram que houvera realmente um verdadeiro milagre na vida daquela moça.
Silvia então passou a palavra ao Pastor da Igreja e correu para sua Mãe e seu Pai que também vinham ao seu encontro, se abraçaram e choravam de felicidade. O Pastor, com lágrimas escorrendo no rosto disse:
- Eu verifiquei esses documentos todos e posso garantir para vocês que tudo que essa jovem acaba de contar aqui é a mais pura verdade. Não há o que ser questionado, todos esses exames são autênticos, tanto é, que temos alguns médicos aqui esta noite e todos avaliaram a autenticidade desses exames e não existe nenhum tipo de fraude! Olha o que fez no nosso meio! Silvia caminhou de volta rumo ao pastor, antes porém Francisco abraçou-a e o pastor falou:
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- Quero te dizer Silvia, que se não fosse sua decisão, até ajudada pelo nosso irmão Francisco, de buscar a Deus, de se humilhar, de pedir perdão, pode ter a certeza que o diabo ia levar você! Agora eu quero te alerta: “Não afasta mais de Deus, pois Deus te devolveu a vida e Ele só quer em troca que você seja fiel a Ele! Amém! Aleluia?”
E o outro milagre foi o casamento de Francisco e Silvia realizado numa linda cerimônia naquela Igreja. Assim que se casaram, Silvia teve novo renascimento, desceu às águas e com esse seu gesto ela se livrou daquele corpo sujo, que ainda trazia lembrança de seu passado. Francisco e Silvia se tornaram lideres de cédulas, ganhavam muitas vidas para Jesus e foram abençoados com um casal de filhos, ambos saudáveis. Silvia também foi agraciada; recebeu de Deus o dom de curar as enfermidades das pessoas, suas orações tinham poderes, expulsava demônios, tinha autoridade sobre o inimigo, que agora era submisso às suas ordens. Grandes vitórias e benção tiveram aquela família. Lembre-se que você é criatura primordial de Deus, sua vida pertence exclusivamente a Ele. As ações do diabo estão ai para enganar você. Jesus Cristo foi tentado pelo diabo, mas Ele tinha seu propósito firme com o Pai celeste e, esse exemplo de Jesus deve ser cumprido em nossos dias. Viva em comunhão com o Senhor Jesus, Converta seu coração, Jesus é um bálsamo para sua vida. Amém!? RESUMO Ao resumir aqui essa estória, senti na pele todas as emoções vividas por Francisco, talvez porque eu também não posso andar. Identifiquei-me com seu modo de ser, de pensar, de agir...



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Francisco, como eu, foi discriminado, sofreu preconceito e o pior; era mal visto pela mulher que te fascinava, porém ele, como eu, buscou forças em Deus para superar essas decepções que o destino te reservara e em Deus ele recebeu consolo, nada mais podia te magoar, não sofria mais derrota e passou a ser vitorioso, como eu sou visto hoje.
É verdade meu irmão, quem tem um encontro com Deus se torna um líder, está acima dos sentimentos carnais e nenhum defeito físico, ou dor, ou enfermidades, dificuldade de relacionamento com outras pessoas, apertos financeiros já não tem mais efeito em sua vida. O diabo está ai para tumultuar, confundir as pessoas, portanto não se deixe enganar, não se iluda com as coisas deste mundo, aqui tudo é passageiro. Quando você deixa Deus falar ao seu coração, você encontra conforto, alivio para sua alma, conquistas virão, vitórias cairão sobre você!
Francisco, o personagem da estória. Divino, o autor da estória tem motivos de sobra para agradecer o que Deus já fez e tem feito em suas vidas. Nem um nem outro nasceram em berços de ouro. Com seus próprios méritos, foram à luta e obtiveram a recompensa de Deus. Ambos, ao nove anos de idade tiveram seus corpos vitimados por uma enfermidade desconhecida, doença essa que não teve um diagnóstico preciso, nenhum médico soube a causa da doença dos dois. Passaram então a depender de cadeira de rodas para se locomoverem, pois ficaram sem os movimentos das pernas. Porém logo abtuaram-se às suas novas realidades. O que difere Francisco de Divino é o apoio que receberam de suas famílias. Francisco tinha um lar estruturado, mesmo com aberto financeiro, seus Pais e os três irmãos encorajavam-o com palavras de otimismo e perseverança. A família morava na cidade de Anápolis-Brasil-Go. Morando na cidade facilitara seus estudos e o aperfeiçoamento profissional. Em dúvidas foi difícil, mas com força, fé e coragem Francisco, auxiliado pela família não teve tantos obstáculos como Divino para conseguir sua independência. Francisco, no entanto sentia um vazio Espiritual em sua vida, mas depois de conhecer e aceitar Jesus como seu único Senhor e salvador, sua vida ganhou um novo sentido e as vitórias se completaram. Glória a Deus. Divino passou sua infância em um pequeno sitio bem próximo de Abadiânia - GO.

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Parte dos seus estudos foi concluído em grupo rural. Desprovida de recursos financeiros a família do jovem já adolescente, mudara para Anápolis em busca de oportunidades e para aprimorar os estudos dos filhos: Divino, que ficara paraplégico e suas duas irmãs mais novas. Na cidade, as dificuldades se multiplicaram, o chefe da família se amasiou com outra mulher e saiu de casa, abandonando sua esposa e os filhos que a mercê da sorte tentavam sobreviver. Mesmo sofrendo, sua Mãe Inácia, travou grande esforço para criarem os filhos. A mulher foi em frente: lavava roupas para fora, fazia faxina em casas de gente rica. Com muita fé e esperança em Deus, ela se revelou uma guerreira e criou os filhos: Mulher forte, determinada, sua luta não foi em vão.
Divino não se intimidou com sua árdua rotina, sem o incentivo da família, a não ser de sua Mãe, enfrentando dificuldades financeiras, começou a calcar degraus literários, ele já está em seu quarto livro.
“A grande heroína de tudo é minha Mãe, que dignamente cuidou de minhas irmãs até a realizações de seus casamentos e a dedicação para comigo, que mesmo em cima de uma cadeira de rodas me deu a devida atenção e soube me amar.”
São testemunhos que comprovam que em tudo tem a mãe de Deus, por isso e por muito mais: Divino, sua Mãe e todos os personagens dessa estória servem ao Senhor Jesus.

Aleluia!!!!
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