Sofro também tal problema...
De estar sentado, diante do papel...
E não saber o que escrever
Não sei... parece ser algo tão normal
Mas fico olhado para ele, com tanta angústia.
Como ele sofre... amaldiçoado pelos rabiscos de um poeta desiludido
Que vê nas palavras nada mais que mera tinta escorrida
Com formatos diversos, sem sentidos...
Como se o poder delas se perdesse na escuridão da mente
Que, sabe-se lá, por onde vaga...
Vai ver foi por isso que Carlos Drumond sofreu tanto
Ao dizer que “havia uma pedra no caminho...”.
E ter que repetir isso várias vezes.
Por isso, peço a Deus por algumas palavras...
Que possam me restituir a vontade de, simplesmente, escrever....
Mesmo que sejam palavras pobres, frágeis e fracas...
Desde que me façam voltar ao pleno amor a elas...
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