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Cartas-->Meus Erros -- 20/04/2003 - 17:20 (John Harrison Batista Dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
23:12 20/11/2002

Oi, Sú... Resolví te escrever também...

Nesta carta, tenho como objetivo exprimir todo meu sentimento de revolta contra mim mesmo...
Para te mostrar como um ser humano pode ser egoísta e, ao mesmo tempo, inocente da culpa causada pela propriedade deste sentimento, o egoísmo.

Quando fiquei sabendo que você estava namorando, fiquei triste, não somente por ter fracassado em uma das coisas que eu mais queria, mas também, por saber que outra pessoa iria desfrutar de privilégios que eu desejava a cada dia, tais como a sua companhia, seu amor, seus beijos, carinhos, abraços... Enfim, coisas que eu mais quis desde o momento em que passei a ter a ilusão de que você poderia ser feliz comigo, me fazendo feliz também... Por conta de que você estava com esse cara, passei a tentar odiar você e ele, como um tipo de passatempo que me fazia esquecer você a cada minuto que algo fazia surgir você na minha mente, tão logo, fui conseguindo esquecer você, pouco-a-pouco, procurando me entreter com qualquer coisa que aparecesse em minha frente.

Voltei a tocar na banda, comecei a ajudar meu pai nos finais de semana, trabalhar com meu tio durante a semana, estudar mais um pouco e até a visitar minha mãe com mais frequência... Chegou um dia em que já não me dava mais vontade de investir, persistir, insistir - mas algo estava errado.

Durante uma de minhas visitas a minha mãe, ela me convidou para ir assistir uma missa de sábado a noite com ela, eu sabia que isto faria ela muito feliz. Eu aceitei o convite. Fui pra casa dela, e de lá, seguimos até a igreja. Durante um dos sermões do padre, ele citou algo que me deixou meio cabreira . Ele falou algo do tipo não devemos guardar rancor em nossos corações , na hora, nem prestei muita atenção, mas ao término da missa, ao passar uma garota que aparentava ter minha idade, minha mãe me questionou sobre como andava minha vida amorosa . Apenas desconversei. Disse-lhe que não estava gostando de ninguém no momento e que isso só me causaria problemas, justamente na hora em que estava conseguindo me dirigir à objetivos que não me magoassem, ela toca neste assunto. Ela, insistindo naquele assunto embaraçoso, perguntou-me como estava você. Respondi que não queria mais saber de você . Ela me lembrou o que o Padre acabara de dizer.

Preferí ficar calado. Naquela noite ao deitar, me perguntei como estaria você. Se estaria feliz, triste, enfim, como você estaria se sentindo exatamente naquele momento. Relembrei-me que para te esquecer, passei a te odiar e descobri que era isto que estava errado. Este sentimento de ódio. Passei então a tentar arrumar uma forma de resolver isto. Pensei muito neste assunto, já não conseguia me concentrar no que fazia. Meu pai, ao perceber que algo estava errado comigo, perguntou-me se estava me sentindo bem. Respondí-lhe que estava com algumas idéias contraditórias em minha cabeça, ele disse-me que eu precisava descansar um pouco e me dispensou do trabalho por uns dias.

Ele passou a insistir constantemente para que eu saísse de casa, mas eu sabia que o problema não seria esquecido tão facilmente. Resolví conversar com um amigo meu. Ele me aconselhou te ligar e contar tudo, pedir desculpas, e dizer que... Relutei, havia prometido nunca mais te ligar, te procurar, pronunciar teu nome. Fui pra casa indignado com essa idéia. Sempre que meu amigo me via, perguntava se eu já havia te ligado.

Certa vez, estava andando com outro amigo, até que avistei longe o meu amigo-psicólogo. Falei para meu amigo que me acompanhava, que ia desviar o nosso caminho, pois precisava passar em um lugar antes de ir para o ensaio da banda - mentí. Ele percebeu e me perguntou porque eu estaria fugindo do meu outro amigo. Expliquei-lhe a situação e me perguntou o verdadeiro motivo pelo qual eu não te telefonava. Fiquei calado. Durante o ensaio, quando tocávamos tú vai de limousine, eu vou de trem - charlie brown jr. me lembrei de você. E perguntei pra mim mesmo porquê estava fugindo de tudo isso. Me vieram muitas idéias na cabeça. Tantas a ponto de que eu me desconcentrei e perdí a marcação da virada na bateria. Me descupei com os caras e tentei voltar a tocar. Mas não conseguia.

Voltei pra casa, peguei um dinheiro e fui até um orelhão. No caminho passo na casa do meu amigo. Nós vamos juntos ao orelhão mais próximo. Ao tirar o telefone do gancho, esperimentei novamente o gosto de um sentimento que nunca mais tinha experimentado - o medo. Arrumei coragem e te disquei. Minhas mãos tremiam. Na verdade eu tremia por completo. O telefone chamou, chamou, mas ninguém atendeu. Ufa!

Deixei recado na caixa postal, liguei para a Cajú e conversei com ela. Tentando ao máximo não tocar no seu nome - o que era impossível. Mas terminei perguntando como você estava, ela disse-me que feliz. Falou também que você estava viajando. Conversei mais um pouco, brinquei, e meu colega falou que iria pra penedo daqui há alguns dias... Me oferecí para ir.

Na certeza de que ainda encontraria você viajando. Fui me preparando para uma viagem que me poderia causar muitas surpresas (até indesejadas). Até que agora, estava indo fechar o portão para o barbosa, nós havíamos impresso alguns modelos de convites de casamento (para a irmã dele escolher), até que o telefone toca. Quem poderia ser? Achei que fosse algum de meus colegas de sala, me lembrando de algum trabalho de equipe, ou coisa do tipo.

Estava redondamente (acho que quadradamente) enganado. Era você. Com sua voz doce de sempre, capaz de me derrubar facilmente. Não. Eu não estava preparado. Conversei com você extremamente normal e sincero. Voltei para o computador, pensei um pouco e digitei isto. Espero que quando você ler isso, imagine o que eu passei para te esquecer e que me desculpe. Não te odeio. Muito pelo contrário. Arrumei outra forma - sadia - de esquecer você. Agora quando me lembro de você, não abaixo mais minha cabeça, apenas penso que por decisões maiores que nós, não podemos ficar juntos. Te desejo felicidades - sinceras - sem rancor, ódio, inveja ou quaisquer outros tipos de sintimentos podres que nem merecem ser colocados nesta carta.

Mas como Renato Russo já dizia, Mas nada vai conseguir mudar o que ficou , ao lembrar de mim, não lembre de um John fracassado que não conseguiu te despertar algum tipo de sentimento a mais que amizade, mas de um John com força de vontade, determinação, coragem e acima de tudo, capacidade de assumir quando erra para te pedir desculpas e mostrar que nunca teve esse objetivo de ferir ninguém.

Obrigado. Você me deu uma grande oportunidade, acho que aproveitei ela bem, fiz amigos, falsos e verdadeiros, conhecí verdadeiramente as pessoas com que eu andava, aprendí a correr atrás de coisas que eu quero, ignorar o medo e até a andar de cavalo! Beijos, seja feliz, mais nada. ;)

Sinceramente, John Harrison.
00:42 21/11/2002
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