SANTA MARIA
Antonio Luiz Macêdo
Até o ano 431 d.C., apenas a primeira parte da Ave-Maria era conhecida e rezada como tal. A explicação é simples: trata-se de uma oração estritamente bíblica.
Quando Gabriel saúda Maria com as palavras: “Alegra-te cheia de graça, o Senhor é contigo”, ele fala em nome de Deus; ele transmite o recado de Deus. Esta saudação não passa da oração de louvor de Deus à sua filha escolhida desde toda a eternidade. No decorrer dos séculos ela sofreu algumas modificações, até a fórmula definitiva: “Ave-Maria cheia de graça, o Senhor é convosco...”
Após a Anunciação, Maria dirige-se à Judéia para visitar sua prima. Quando da sua saudação, Isabel, cheia do Espírito Santo, exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. É a oração de louvor do Espírito Santo à sua amantíssima esposa.
E a Santa Maria, como surgiu? No ano 431 surgiu uma heresia (doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja em matéria de fé), promulgada e propalada por Nestório, patriarca de Constantinopla. Ele afirmava que Maria era apenas a mãe da humanidade de Jesus, e não da sua divindade. Esta declaração exigiu do papa Celestino I a convocação de um Concílio. Sob a presidência de São Cirilo, bispo de Alexandria, os estudos foram concluídos, apresentando duas declarações finais:
1. A união hipostática de Cristo, ou seja: Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
2. Maria é a Theotókos, a Mãe de Deus.
Após a leitura, o papa Celestino I, com lágrimas nos olhos, ajoelha-se, e erguendo o olhar para o céu, clama em alta voz: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”. E todos os bispos conciliares responderam: “Amém”.
Nesta noite, Éfeso esteve em festa. Procissões iluminadas por tochas acesas percorriam as ruas, e o povo repetia em coro: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Amém.
|