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Poesias-->ANTROPOFAGIAS -- 13/03/2005 - 19:23 (ANTONIO MIRANDA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ANTROPOFAGIAS



Poema de Antonio Mranda



São muitas as antropofagias do Brasil,

não apenas as da pura encarnação

ou, dos modernistas, a deglutição

de saberes e sabores nacionalistas.



Mas o verdadeiro diálogo com os portugueses,

a verdadeira comunhão de raças

a definitiva fundação da nacionalidade

começou quando os caetés devoraram

o bispo Sardinha como alga marinha.



Como tupinambás abocanhamos Hans Staden

e toda a cultura ocidental

e a oriental de sobremesa:

ideologias, símbolos, fantasias.



O futuro do passado

- cru ou assado, tanto faz –

na voracidade da digestão

pelas vísceras

da criatividade.



Hélio Oiticica monta parangolés

para exorcizar araras e tucanos.;

Caetano Veloso e Décio Pignatari

esfacelam a língua para recriá-la.;

Glauber Rocha, primitivista,

quer-nos famintos mastigando mitos.



Essa mania nacional de misturar tudo no prato

de combinar iguarias incompatíveis

de miscigenar, fundir e confundir essências

e vivências irreconciliáveis

na amálgama dos minerais inconsúteis.



Canibalizamos tudo ao nosso alcance

- gêneros literários, frutas, etnias, idéias –

e ruminamos inocentes nossos crimes

e virtudes e nos redimimos

pelo excesso de pecado.



O Brasil devora seus habitantes

a televisão dilacera as consciências

as igrejas trituram almas indefesas

as relações sociais ou sexuais

metabolizam qualquer idiossincrasia

e anulam toda individualidade:

viramos suco, geléia geral, galera.

Amerdalhamos.





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Texto livro em formação TERRA BRASILIS.

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