Brasília, 14/mar/2005
Ando buscando a poesia
que tenha a palavra exata,
a medida indiscutível,
que escancare a alegria,
que vá abrindo feridas.
Tudo na mesma medida.
Na busca, já fiz de tudo:
rasguei o peito, abri a alma,
na raça, arranquei os escudos,
arranquei cabelos, perdi a calma,
e isso ainda não é tudo.
Sem resultado.
Não tem palavra exata
que funcione bem na prática.
No máximo, a gente empata.
Poesia não é matemática.
Enquanto não acho o jeito,
mantenho rasgado o peito,
deixo cortados os pulsos,
e ela segue seu fluxo.
Vai sangrando.
Homeopaticamente.
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