No silêncio de nossas bocas
sua palavra me chega:
completa, precisa, correta.
Como um som que aconchega,
embriaga, desperta.
E acende pensamentos
que não censuro ou condeno.
E absorta, saboreio
estes pecados pequenos
cujos sons há muito não ousava.
Sons propícios,
que tudo dizem em silêncio,
que criam vício
e feitos pra quem se joga
sem medo do precipício,
sem tentar medir o risco,
sem preocupar-se com o laço.
Deixemos durar este abraço.
Pelo bem que ele faz,
pela paz que ele nos traz,
pela esperança fincada
no centro de sua existência,
pelo quê de bonança,
por sua simples presença.
Depois de ler seus sons,
suporto minha rotina.
Do calor da sua boca
chegam palavras sem grafia.
E eu entendo todas.
Ganhou leveza o meu dia...
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