Brasília, 15/mar/2005
Há muito minha poesia
respira você,
reflete você,
e de você se alimenta.
Há muito que minha poesia
tem em você
o assunto predileto.
Mesmo quando o assunto é outro.
Há muito que minha poesia
faz anúncios pelo mundo
da enorme intensidade
e do desaforado espaço
que este sentimento exige.
Mas deixa que algumas delas,
nascidas de algum pedaço
que nenhuma outra alcançou,
permaneçam assim,
de nós dois exclusivas.
Como meu amante,
companheiro,
meu cúmplice o tempo inteiro,
deixa que seja este
o nosso pequeno segredo.
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