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Poesias-->RITUAL -- 18/03/2005 - 09:39 (joão manuel vilela rasteiro) |
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Os dedos coagulam hirtos
nos golfos de um silêncio sagrado
sob a língua oxidada
descarnam os frutos da Primavera
a pele asfixia nos olhos
em busca do lume ininterrupto
e a morte regressa inteira
qual leopardo sempre presente
mirando o poema nos olhos,
em cada boca a agonia redentora
a fulguração do assombro
a dança ao longo das artérias
cercando a exatidão do fôlego
e a terra renova-se inteira
encharcada na procriação do sangue
que inundará um novo corpo
o círculo iniciático da morte
purificando o silêncio de outro fogo.
in, COÁGULOS SECUNDÁRIOS - 2005 (INÉDITO) |
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