Usina de Letras
Usina de Letras
152 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50616)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140801)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->EXERCÍICIOS -- 25/11/2000 - 01:23 (rubens jardim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou o Rubens Jardim, 54 anos, jornalista e poeta. Participei das antologias 4 NOVOS POETAS NA POESIA NOVA(1965,Edição dos autores), ANTOLOGIA DA CATEQUESE POÉTICA ( Ed. ILA Palma,1968,SP) , VÍCIO DA PALAVRA

( Ed. Coop. Garnizé,1977,SP), e POESIA DEL BRASILE D OGGI (Ed. ILA Palma,1969,Palermo, Itália). Publiquei também os livros de poemas ULTIMATUM (Ed.Texto,1966,SP) e ESPELHO RISCADO (Ed.Cadernos de Poesia,1978). Promovi e organizei o ANO JORGE DE LIMA em 1973, (data comemorativa dos 80 anos do poeta alagoano) , publiquei JORGE, 8O ANOS (uma espécie de iniciação à parte menos divulgada da obra do autor de Invenção de Orfeu) e fiz conferências sobre o poeta. Integrei o movimento CATEQUESE POÉTICA, iniciado por Lindolf Bell em 1964, com o objetivo de

arrancar o poeta da torre de marfim e lançá-lo na luta para a conquista de todos os espaços possíveis para o poema e para o poeta. Um dos lemas da Catequese era este: o lugar do poema é onde possa inquietar e o lugar do poeta são todos os lugares.



EXERCÍCIOS







1



Eu duvido da vida

da vida devida

da dívida

da di vi sa



Deve David

dever a vida?



Não.

Não dou ouvido

ao vidro da vida



Eu di vi do a vi da

e dou o pão

di vi di do!



2

Uma pessoa proscrita

A imagem:o nó



Um poema reescrito

A miragem: o pó



3

A rosa real

vagueia no mato



A rosa real

permeia meu tato



A rosa real:

antiornato.



4

A rosa irreal

revela o momento



A rosa irreal

tutela o invento



A rosa irreal:

pleno pigmento



5

Dez pétalas

nomeadas de novo



Dez ovas

inumadas no ovo



Aprendizagem

sempre decimal



Coragem lenta

final



6

Este poema

não diz nada.

Da mesma forma

que a história

não diz tudo.

Língua cortada:

este poema não fala

--falha.

E insiste:

--dedo em riste.



7

Quem sou eu

na carnação do ato:

Fausto sem Goethe

holograma

ou fogo-fátuo?



8

Tua palavra é semente.

Minha solidão é serpente.

Onde está o bote?



9

Não se apreende um rosto

contemplando quadros.

O rosto sempre excede

à expressão: quadro.

Mesmo quando cede

--sua sêde de rio

--sua séde de água

o rosto incide

à impressão: quadro.



Já não falamos moldura

ou outro ornamento

ou outro acessório.

Mas a própria tela

em transbordamento:

aquário seco.



10

Anarda era uma viagem

dentro do tinteiro.

Cor e acorde

Anarda era uma âncora

dentro do tinteiro.

Antes marco

e agora traço, Anarda é signo

insígnia, dentro do tinteiro.

Não diante do papel

ou adiante da vida,

mas antes e depois

(dentro)

pois apesar das penas

e seus galos mortos

Anarda é ave, vôo

dentro do tinteiro.



11

Anarda era imprevista

como as provisões,

o pasto,

o repasto.



Prato bipartido

Anarda se unifica:



seu próprio rosto

é um retrato.



12

Intacta nas tintas e nos tinteiros

recorres, incorres(mesmo sem correr)

correção parada, errata.; breve lapso

orden(h)ando o tacto(mesmo sem mugidos)

moenda, moldura irremovível.; chuva

(mesmo sem telhas)através do teto

intacto, atado em seu próprio tacto.



13

Não, não adianta libertar

a memória de seus vestígios.

Nem apagar a lousa.

Nem abandonar a sombra

cansada numa cadeira.

E o sinal definitivo

na torre do sarcasmo.

Inútil inquirir o tempo,

o espelho riscado,

os amantes à meia noite.



Não há ponte entre o que foi

e o que não era.



Por isso somos lentos

ao abraçar o ambíguo:

este símbolo que corrói

o sim de todas as bocas

e faz do mistério

nosso único mister.



14

E subimos então para o avião,e

Asa contra os ventos, rumo ao céu, apertamos

Cintos e lamentos sobre o corpo.

Executivos à bordo e também comissárias

Alheias ao nosso canto, e o olhar

Preso ao pátio, em sacrifício,

Pista coberta de oblações.



Difícil abandonar os limites do corpo

Sem premir o seio amigo, sem buscar

A eternidade entre teus joelhos.

Necessário então invocar os deuses

E as almas saídas da cidade.

Caso contrário quem deterá

O curso do rio Trácio: Orfeu

Depondo num inquérito ou

Ofélia carregando um séquito de imagens?



Pra o diabo mitologias, literaturas,

Intrusos ilustres. Quando e quando

Vamos introduzir sob a face neutra da palavra

O fôlego de um atleta

E a direção de qualquer caminho?



Não, não mais chegar

Ao lugar predito por Circe,

Nem mais buscar as flores definitivas

Da passagem.

Que seja esta a última instância de teus apelos

Refletidos Tidos

Retidos

E no entanto e no entanto

Esta inexplicável solidão sobre as ex-

Tensões dos ares

E o absurdo soluço desta criatura que não chega

Em nenhum adeus

Em nenhuma imagem

Em nenhum poema.



Será este o chamamento confuso lançado ao sangue?



Como poderíamos saber

Se duvidamos ser lícito carpir o amante

Ausente

Ou o morto que não abandonará o seu enterro?



Assim mesmo projetamos: esta pa-

Lavrando entranhas,

Esta bala engolida na infância,

Esta Cia.,

E o cio dos cachorros evocando latidos

Latas de lixo

E o corpo que usei entre os amigos.





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui