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Poesias-->chuva miuda -- 19/03/2005 - 14:45 (Francisco Barros Cascalhar) |
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XXII
No banquete dos
ilustres sô se ouviam
gargalhadas e aplausos.
Nem bem um gerifalte abria
a boca e jà era abafado polas
"ovaçâos"
Era um primor escutar e ver
tanto folgòrio acompanhado
de suculentas viandas,e finos
manjares,tudo bem regado
com caros vinhos e esquisitos
licores.Mentras,là num rincâo
perdido da taberna,eu e mais
outros coma mim,ao calor do
ribero brincalhâo,entoàvamos
um cantar moi baixinho para
nâo molestar a suas senhorias.
XLIX
O eterno mistèrio esconde-
se aos olhos do homem.
Nem eu nem ninguèm ouse
conhecer o que hà no mais alà.
Ainda que mergulhe um
dentro dumha cuva de vinho
jamais serà capaz de saber o
que nos depara o destino.
O que è facil intuir è que mais
tarde ou mais cedo,bebas que
nâo bebas alguèm hà de vir
a por um e com os pès para
diante carregar-te atè a ultima
parada.Pena que essa nâo
seja umha taberna,bodega
ou qualquer outro lugar
acertado para convidar aos
amigos e cantar a despedida!
XXXVI
Jà chegou o inverno
e de chuva espèran-nos
longas jornadas.
Pipote ao canto,
"jarra a mesa"
taça na mâo e que chova.
Logo virâo os
"comparsas"
de todos os dias,caldearà-se
o ambiente e entâo,e por que
nâo? Umha boa cantarela
anima os espìritus e puxa
polo vinho.Entretanto que
chova a càntaros ou
"miudinho"
que mentres dura o vinho
nâo hà molhadura.
XXXIX
E grato visitar de
vez em quando os prados
floridos na primavera e
depois dar umha olhadela
as parras e videiras a ponto
de purgar. È deliciosa a vida
do campo! Jà nâo o è tanto
assim a do lavrador que
sua com o sacho numha
mâo e outra no arado.
Para esse sô hà alegria
quando na bodega da casa,
ao lado dos pipotes sàcia a
sede,brinda polos amigos
e logo verte uns chorros ao
pè da cuba pola alma dos
seus difuntinhos!
XXXIII
Por fim chegastes,
oh adorada musa!
Agora posso jà entoar
as mais belas cantigas
em louvor a paz e ao amor.
A justiça,essa perpètua
desconhecida,pouco ou
nada poderei cantar,pois
desapareceu da terra ou
foi expulsada polos todo
poderosos deste mundo.
A ti,oh divino numem!
Tamèm dedicarei mais
dum canto e se houver
bom vinho e a fartar,
serà em verdade,juro,
umha autèntica festa!
XXXII
Um bom jarro
de vinho,num lugar
apazivel,sem moito
ruido,admosfèra limpa
e sem contaminar,
eis aquì o meu
"maior tesouro"
na paz da vida que
umha conciència limpa dà.
Pode entâo o home,
arrodeado de
amigos,entoar um canto
mui bem acompanhado,
para as penas espantar
e se a cousa for de todos
agrado,porquè nâo
"recuncar"
Poemas de o livro Chuva miuda.
Podense olhar e copiar ilustrados no enderço:
http://www.xente.mundo-r.com/iltrovatorechankecham/ |
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