O técnico Luiz Felipe Scolari reúne-se nesta segunda-feira com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, no novo endereço da entidade, num suntuoso prédio da Barra da Tijuca, para definir seu futuro na seleção e discutir detalhes do primeiro amistoso do Brasil depois da Copa do Mundo, dia 21, contra o Paraguai. Scolari concede entrevista em seguida, em que a tendência é anunciar sua permanência no cargo. E anunciará os convocados para o amistoso: os 23 campeões do mundo. O meia Emerson também será convidado para a festa. O treinador também conversará com Teixeira sobre o caráter do jogo em Fortaleza. A escolha do local significa um favor político da CBF ao candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes. Na verdade, Teixeira é amigo do governador do Ceará, Tasso Jereissatti (PSDB), que apóia Ciro, e já pretendia usar a seleção com fins políticos desde a volta do Japão, no vôo que trouxe os pentacampeões: ele queria que a primeira escala fosse em Fortaleza, com direito a desfile em carro aberto e recepção com Ciro e Jereissatti; só depois o avião tomaria o rumo de Brasília. Teixeira planejou isso minuciosamente, mas a informação vazou na semana da decisão do título com a Alemanha e houve pressão do Palácio do Planalto para que o vôo desembarcasse primeiro em Brasília, como é de praxe. O dirigente então preferiu não medir forças com o governo federal e aceitou, a contragosto, levar os campeões ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
