Estou vestido com as arma do povo,
uma ingênua esperança que nunca finda,
modelito único, onde todos são iguais.
Sigo o dia pelas filas do mundo,
verdadeiras procissões da Fé.
Para quem resiste uma nova prova,
sem vestibular, sem agulha,
agora é linha, agora é lenha,
de ônibus ou de “kombis”,
meu destino viaja de trem.
Já pensei em não acordar,
deitar em feltro de gente
e ser doutor, senhor de algo assim,
distinto cidadão do SAC,
onde num passo de papéis
tudo é mágico, tudo é moderno.
Mas não consigo ficar nobre,
meu terno de pobre,
meu espírito de anjo,
não me faz rico o suficiente
para comprar uma Roupa de Gente.
“Roupa de Gente”
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