Caro professor Genebaldo Freire Dias;
Sou estudante de Biologia do UniCeub e estou prestes a me formar.Fiz recentemente o curso de capacitação ambiental no Parque Nacional de Brasília e um dos pontos altos do curso, na minha opinião, foi a palestra que o senhor proferiu sobre Educação Ambiental, por sinal, muito interessante e esclarecedora.Confesso que fiquei indignado quando despertou em mim a consciência de que, mais uma vez, o capitalismo e esse modelo de desenvolvimento econômico interferem em questôes aparentemente sem qualquer ligação, como é o próprio caso da questão ambiental. Mas também fiquei entusiasmado, a ponto de querer realizar projetos nessa área e quem sabe até mesmo proseguir os estudos e fazer um mestrado sobre assunto similar.
Queria fazer minhas modestas considerações sobre EA e algumas perguntas.Em primeiro lugar, acho que os ambientalistas ainda não tem uma penetração eficiente na sociedade e parecem não ter a credibilidade necessária para a maioria da população.O curso de capacitação ambiental, por exemplo, fiquei sabendo por acaso, conversando com amigos de faculdade. Por que iniciativas importantes e interessantes como essa não são amplamente divulgadas,afinal a questão ambiental não é problema só de Biólogos, mas também da população mundial.
Com relação à credibilidade dos ambientalistas: eles são tratados de forma pejorativa, como os politicamente corretos, defensores dos animaizinhos e das plantinhas. Como convencer uma pessoa a economizar água, preservar flora e fauna com argumentos científicos e convincentes? É possível fazer isso sem ser chato?
Como mudar comportamentos? Apenas com aplicação de multas? Como sensibilizar as pessoas? As pessoas ditas "comuns" não entendem o por que de se preservar, por exemplo, o mico leão dourado ou a ararinha azul. Acham que é apenas pela beleza. Para essas pessoas, tanto faz essas espécies existirem ou não. E a pergunta mais cruel de todas: Como preservar, se para isso, é necessário lutar contra o poderoso modelo econômico vigente? Como conscientizar os americanos do norte que desrespeitam resoluções da ONU e invadem países? Como a ideologia vencerá o poder bélico?
Será que a EA ficará sempre restrita a programas isolados de sensibilização e possível conscientização? E para terminar, quando um educador ambiental terá a mesma credibilidade de um médico ou dentista? Eu sonho com esse dia, e espero estar fazendo a minha parte, como na fábula do beija-flor, que o senhor cita em um de seus livros. Um grande abraço de seu mais novo leitor,
Alexandre Medeiros