Usina de Letras
Usina de Letras
157 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62228 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22536)

Discursos (3238)

Ensaios - (10364)

Erótico (13569)

Frases (50621)

Humor (20031)

Infantil (5433)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140803)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Ópera-bunda (terça-feira) -- 19/07/2003 - 13:16 (Jayme de Oliveira Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
.:: Prólogo - Segunda - TERÇA - Quarta - Quinta - Sexta - Epílogo ::.


TERÇA-FEIRA

Conforme havíamos combinado, às sete horas da manhã lá estava Bidu na porta do hotel. Por não ser partidário do desjejum, aproveitei a pontualidade do colega para ir logo à filial, uma vez que começar o dia cedo me permitiria seguir em frente no roteiro e resolver Rio de Contas ainda naquela tarde. Com isso, sobrariam módicos três dias para eu dividir entre as outras quatro cidades. - Perfeito!

Trabalho de cá, trabalho de lá, o modem não funciona, não consigo estabelecer conexão com a matriz... E o tempo, claro, passando! Após um delicioso suco de tamarindo e uma inacreditável série de alterações e tentativas frustradas, me dei conta do horário: onze horas. Uma curiosidade repentina me fez, então, perguntar:

- Qual o horário do ónibus pra Livramento? - Sabia que só de lá conseguiria ir para Rio de Contas.

- Dez e meia! - Responderam quase que em coro os felizes amigos da filial.

Dei um pulo, arrumei as tralhas e fui com o incansável Bidu até a agência tentar não sei nem o que. Dali, fomos almoçar - eu com o ar frustrado e ele com aquela expressão vitoriosa de eu te disse.

O ensosso da comida, quero crer, deveu-se muito mais ao meu estado de espírito que à qualidade daquele restaurante de aspecto tão bom. Eu estava enlouquecido. Além da decepção de não ter conseguido conectar a filial à matriz, teria que esperar o próximo ónibus que só sairia às quatro e meia! - Meu roteiro, e eu, estávamos indo para o fundo do poço.

Talvez percebendo a minha angústia, Bidu entrou em contato com Gogó, responsável pela filial de Rio de Contas e comedor de água profissional - pelo menos segundo o que me disseram. Essa idéia foi ótima! Em poucos minutos de conversa ficou acertado que ele iria me esperar em Livramento e de lá me daria uma carona até a sua bela cidade. Naturalmente isso não resolvia todos os meus problemas, afinal, ainda continuava dependendo do tal ónibus, mas, diante do pouco que tinha, não deixava de ser um alento.

Até minutos antes das quatro e meia fiquei na filial tentando resolver - sem sucesso - o problema da conexão. Depois, em companhia do parceiro Bidu, fui para a agência. Quando o ónibus chegou, agradeci honestamente a sua boa vontade e segui viagem sem muita empolgação. Já sabia, àquela altura, que o planejamento que fizera pela manhã estava comprometido, uma vez que o expediente em Rio de Contas já seria findo quando eu finalmente chegasse lá. - Mas, fazer o que?! Agora teria apenas três dias para cinco cidades.

Quando desci do ónibus após a rápida viagem de retorno, um senhor banguela, alto, magro, meio desaprumado mas com uma prosa fácil e farta, já me esperava na rodoviária. Até Rio de Contas foram mais alguns quilómetros de boa conversa e muitas histórias sobre personagens e fatos estranhos do lugar. E embora não fossem capazes de reverter a situação caótica em que me encontrava, a simpatia e os causos de Gogó ao menos aplacaram um pouco a angústia que sentia frente ao futuro do roteiro.

Na noite estrelada que se seguiu, saí caminhando pelas ruas de Rio de Contas, por entre seus casarões antigos, seu povo sertanejo e seus traços coloniais. Não demorou muito, porém, para que o cansaço me abatesse sobre uma macia e confortável cama de pousada.

(Publicado em Anedota Búlgara)


.:: Prólogo - Segunda - TERÇA - Quarta - Quinta - Sexta - Epílogo ::.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui