Usina de Letras
Usina de Letras
139 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50616)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140801)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->DENISON RENASCIDO DAS CINZAS-DESCULPAS À TODOS DO USINA -- 28/06/2001 - 13:14 (denison souza borges) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como pode, senhores?
Como pode em apenas 15 dias de convivência com uma criatura tão extraordinária de Deus
Um homem perceber coisas em si mesmo que vem acontecendo desde o seu casamento e que ninguém havia alertado?
Eu explico:
Desde que casei com uma pessoa muito mais velha que eu
Fui condenado "n" vezes por fazer coisas simples que qualquer homem pode fazer.
Fumar, chegar em casa com um cheirinho de cerveja na boca, sair com alguns amigos, usar roupas escuras e com mangas compridas, não ser um homem cheio de etiquetas na mesa, enfim...coisas simples, mas que incomodavam minha ex-esposa.
Fui deliberadamente condenado e zombado, muitas vezes, com a participação da filha e da mãe da minha ex-esposa.
Isso me destruiu tanto interiormente, que eu resolvi criar uma auto-defesa persistente, um trauma de querer responder à altura, de desafiar e me defender sempre.
Separei-me e, por inércia, fiquei com a mania de auto promoção, de desafios e defesas. Acontece que eu não percebia o que este casamento havia realmente feito comigo. Não quero dizer que minha ex-esposa seja uma pessoa má e que eu seja uma vítima; simplesmente fazia parte dos princípios dela não aceitar charutos, cervejas, saídas esporádicas com amigos, coisas que prá mim eram normais e ela passou a detestar convivendo comigo. Não combinávamos, só isso.

Durante mais de um ano que estou separado dela, passei a ser rude com meus vizinhos que não queriam pagar condomínio, me criando problemas, agi com reserva em relação às pessoas do ambiente de trabalho, me tornei um pouco trancado e rígido, condenei indevidamente uma colega da escola, fui incongruente por um período com minha irmã Deid e atuei de forma muito negativa aqui no Usina de Letras, aliás já entrei aqui com um estilo revoltado e agressivo, que não faz parte de minha constituição temperamental, pois sempre fui uma pessoa tranquila, amiga, generosa, ouvinte e comunicativa. Passei a me fechar em mim mesmo, como o personagem central do filme de Alan Parker " The Wall " - Pink Floyd, onde um muro foi sendo criado, sem que ele percebesse, ao seu redor.
Confesso que estava cego, até que conheci a minha namorada de São Paulo, esta cidade maravilhosa, linda, gigante, cheia de vida e espírito, cultura e ciência, onde as pessoas trabalham em prol de todo o Brasil, dão seu sangue com orgulho e determinação, amam trabalhar e quando encontram um tempinho entre amigos, num momento de relax, curtem a vida intensamente, aproveitam, com emoção verdadeira, os instantes, os amigos, a comida.
Nunca aceitei a idéia de que os paulistanos são pessoas frias e desesperadas por dinheiro, sempre amei a sua cidade e agora amarei mais ainda. Os paulistanos são festeiros e alegres, mas sempre estão comemorando uma vitória real de luta e sobrevivência.
Pois como pode senhores?
Como pode 15 dias de convivência com uma criatura linda de Deus, um homem enxergar à si próprio?
Foi difícil o caminho, está ainda no começo, mas eu já chorei, já meditei, já ponderei, já implorei perdão, fiz bobagem, sim...mas estou vivo e iluminado.
Conheci pessoas maravilhosas e esplêndidas ao redor da minha namorada linda...linda...linda de morrer.
Observei coisas em mim, em apenas 15 dias, aprendendo com paulistanos e num ambiente de plena paz e harmonia com direito à cachorro, crianças, amigos e pequenos delírios de felicidade, aprendi de novo o que é o amor e a compreensão, a confiança e o direito de ser livre.
Desde que me separei perdi a confiança nas pessoas e me tornei estranho. Agora vislumbro uma luz linda e forte que me acena um horizonte diferente.
Sinto, mas agora não quero mais o grão, agora quero tomar a areia toda em meus braços e compartilhar, amar e compreender.
Não sou mais o mesmo, agora sou pequeno, humilde, um nada, um escritor a mais no Usina, igual à todos, simples e cavalheiro, tranquilo e sensível à todos e me sinto melhor agora.
Desculpa à Milene Arder, que sempre me alertou que eu encontraria, um dia, a luz.
Desculpa à Ayra On, Zé Pedro, Eduardo Reis, Daniel Fiuza, Espirito Santo e qualquer outra pessoa que eu tenha tratado com indelicadeza. Sejam Solidários comigo. Aceitem minhas desculpas.

Denison



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui