BH,26/mar/2005
Atrás das palavras
trabalho a sobrevivência da alma.
Que a do corpo, impertinente,
segue tirando-me a calma.
Atrás de cada verso
contabilizo os saldos.
Mas ante números reais
sem fundos e sem respaldo
o meu verso tergiversa,
traça um desvio semântico,
atravessa e desconversa,
busca atalho mais romântico.
Com as pernas da gramática,
busco um desvio, refúgio,
distante da matemática.
Atrás das palavras
sobrevivo aos números da vida.
Pragmática.
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