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Cronicas-->A quem chamo de amigo -- 21/07/2003 - 20:35 (Valéria Tarelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A quem chamo de amigo

Valéria Tarelho

Meu amigo tem o colorido da primavera: da alvura do jasmim, ao dourado do trigo, esse amigo é uma aquarela tingindo meu negrume. Tem, também, o perfume que ela encerra: cheiro de mato, de terra, flor se abrindo. Cheiro de chuva que, emane do alto da serra, ou do asfalto, sinto próximo, como viesse de dentro.

Meu amigo é incandescente. É chama, verão, sol a pino, avivando minha languidez de sol poente. E quando dos cirros de meus olhos, cristais de gelo se convertem em água - e vertem - ele me invade com a luz da amizade, arrancando de meu cerne um prismático sorriso, que o reflete: amigo é essa ponte iridescente no céu, que chamo arco-de-deus.

Meu amigo, de janeiro a janeiro, é outonal: se desprende de tudo que o sustenta e se deposita a meus pés para me servir de húmus, pelo prazer de ver-me, no futuro, verdejar. Farfalha seu bom humor ao vento, certo de meu riso. Mostra preocupação comigo, ao forrar, com a sensatez das folhas secas, o solo de meu àmago. Juntos, comemoramos a época da colheita - mesmo que não seja farta. Um grão que vingue, já é lucro.

Meu amigo é lareira, chocolate quente, fondue, meia de lã...é estància de inverno: paragem aconchegante onde me abrigo do frio que me corta o peito - e queima a pele.

É um conforto ter meu amigo por perto, abrandando as intempéries das minhas variações atmosféricas - as repentinas mudanças de ares que me acometem. Chova ou faça sol, ele segura minhas ondas. Manda, para longe, as tempestades. Nada contra a corrente, se preciso for.

Ele tem em mim, uma amiga devota. Amiga a toda prova, para o que der e vier. Amiga sempre presente, em suas quatro estações. Preenchendo as lacunas de seus quartos de lua.

Do cimo de minha pequenez poética, que eu ao menos consiga, com o afago destas letras, traduzir meu afeto e amor incontroverso pelo amigo de todas as horas. Aquele que ri e chora comigo. E que diz não, que não devo ou que não posso. Aponta meus erros, briga comigo, enfrenta uma guerra por mim.

Para você, que é meu amigo, segue meu coração, embrulhado em um sachê.


Valéria Tarelho
http://valeriatarelho.blogger.com.br
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