Interessante a história de Ariquemes. Um nome dedicado à tribo Arikemes, extinta com a colonização. Dos índios só sobrou mesmo o nome para marcar a passagem pelo local.
Claro, existem outros espalhados em algumas áreas do município, remanescentes da conquista branca, que eliminou os donos primeiros da terra para garantir o capitalismo tropical.
O panorama é quase igual em todo o país. Os indígenas quando têm um pouco de sorte ainda recebem demarcação de terras e perdem suas características culturais usando alimentos industrializados e são domesticados pela civilização mais forte, que busca minerais e madeira nas terras nativas, anunciando o fim de povos considerados primitivos.
Os programas governamentais para os povos indígenas trazem no bojo a intenção clara de ensinar o sistema capitalista desprezando as culturas primeiras. Para tanto ainda contam com o trabalho voluntário de instituições religiosas que assustam os donos da terra substituindo as crenças naturais por demónios e infernos que os colocam em cheque.
Estes procedimentos condenáveis levaram dezenas ao suicídio no Mato Grosso do Sul. Há quem diga também, embora não seja oficialmente confirmado, que alguns pajés tenham sido sacrificados na Amazónia pelos novos ensinamentos cristãos. Comenta-se a boca pequena que em tribos onde a palavra foi levada muito a sério os não convertidos(no caso os pajés), teriam sido assassinados para evitar que continuassem a propagar as palavras de demónios e espíritos maus. Dificilmente a história será confirmada, mas é estranho que em algumas tribos os pajés tenham desaparecido e somente indígenas com Bíblias tenham liberdade para falar em religião.
A questão indígena pouco deve avançar, mesmo no governo Luís Inácio Lula da Silva, pelo fato de que parte dos políticos que deram sustentação para sua vitória no pleito 2002 representarem fazendeiros e grupos interessados em utilizar os recursos amazónicos imediatamente.
Existem setores integrados em alguns partidos políticos tentando integrar os indígenas ao processo social de forma mais branda, evitando assim os massacres físicos e psicológicos decorrentes dos novos posicionamentos.
Por mais gentis que tentem ser, estes programas acabam caindo na teoria das civilizações superiores(ou mais avançadas em termos de tecnologia) suplantando as mais frágeis.
A história de Ariquemes deve se repetir nos próximos anos. Em lugar do povo ficará o nome, como triste homenagem de quem teve de ceder o lugar para o "progresso".
