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Contos-->TERRA NOSSA -- 07/06/2004 - 09:34 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Giba, meu considerado, numa tarde bucólica de sábado, em Tupinambica das Linhas, lá pelos idos de 70, caminhava pela rua central deserta, chutando latinhas.
Aquela densa cabeleira negra ornava a cachola continente dos miolos febris. Ele se lembrava da consulta feita alguns dias antes e considerou a psicologista muito esquisita.
A doutora dissera-lhe: “Você pode até limpar a bunda com a bandeira nacional. Ninguém vai impedi-lo. Mas isso, no futuro, pesará contra você. Isto é, se a balança não estiver corrompida”.
Quando Giba perguntou à psicóloga se ela o considerava louco, ela respondeu: “Acho você um louco normal”.
Passando defronte ao mercado municipal, Giba recordou-se de quando estivera num churrasco na casa do Eurípides. Ele e a amiga comemoravam a vitória obtida num processo, no qual foram acusados injustamente, de apropriação indébita, ocorrida lá do clube de carteado.
Nos encontramos defronte a marquise do Banco da Colônia. Era ali o local onde a maioria dos folgados da cidade, parava pra botar os temas em dia, e fazer a fofoca assuntando a vida alheia.
Meu amigo Giba, do alto dos seus dezessete anos, queixava-se, (sempre comigo!), dizendo terem os vizinhos apelidado-o de cachorro. O infeliz não imaginava qual traço seu provocava tanta aversão assim. Não seria a tesão enrustida nas mulheres, ou os ciúmes odientos nos homens, quase cornos. Quem sabe?
Mas ele confessara-me não desejar comer nenhuma delas. Ponderei, naquele dia: talvez fosse essa sua disposição, a culpada por tanta ira expelida pelas vazias e descompensadas. Elas formavam uma legião de má vontade terrível.
Considerei de muito mau gosto aquele chiste mencionando Natanaela. Ele dissera não ter efetivado o crau, por ser o boiola velho, laranja passada.
De repente, não mais que isso, Giba perguntou-me:
- Qual é a semelhança entre Tupinambica das Linhas e a curva do rio? Quando lhe respondi não saber e estar impossibilitado de imaginar, ele estocou:
- Nenhuma! Em ambas só param sujeita.
Sentamo-nos num banco do jardim e com aquele tom depressivo-financeiro, queixava-se da Rita K.Alsa Jeans, sua ex-namorada. Ela por não querer mais saber do trabalho, vivia como sanguessuga, aboletada no bem-bom da rapaziada.
Giba apresentava sinais evidentes de tristeza e falava existir um homem bêbado, e rasteiro, parecido com um escorpião assassino, porém muito rico. Esse tal invadira a casa dos seus pais, trazendo balbúrdia e confusão para todos. A quizumba estava contaminando a vizinhança e poderia alastrar-se pela comunidade inteira.
Disse-lhe estar queixando-se por causa de momentos ruins, mas que se contivesse; a situação poderia tornar-se pior.
Giba era um poço de prantos.
Entre um lamento e outro ele segredou-me: “Minha mãe depositara Cr$15.000,00 (quinze mil cruzeiros) na conta bancária antiga, mas para surpresa geral da família, depois de alguns dias só encontrou Cr$12.000,00. Quando mamãe Chuma pôs a boca no trombone, espalharam lá no banco que era louca”.
Mas sua mãe, a dona Chuma, fora tão enfática na indignação que devolveram o produto do crime; alegaram estar aplicado num fundo de investimento.
Disseram a ela ser impossível, a demissão dos funcionários envolvidos, por estarem todos concursados.
Existem tantos idosos, recebedores das suas aposentadorias, por intermédio daquele banco, quanto artimanhas e justificações pra embasar centenas de subtrações indevidas.



Contatos para materialização deste trabalho em HQ, livro ou filme, podem ser feitos com o autor pelo e-mail benjaminconstant@ig.com.br





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