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Poesias-->MOCHILEIRO NO TEMPO -- 03/04/2005 - 13:57 (ANTONIO MIRANDA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MOCHILEIRO NO TEMPO



“resta-me, só, a ironia/ da poesia.”

CASSIANO RICARDO



I

Enxergo este país inteiro

no espaço-tempo da reminiscência

saindo do meu tinteiro.



Imagens em camadas

em sua decomposição

do Amapá ao Chuí

por onde andei, mochileiro.



Não sei se vi

não sei li ou ouvi

sei apenas que vivi

um tempo em transformação.



(Acho que foi no livro de geografia

do Aroldo de Azevedo

que eu descobri o Brasil.)





II

Tomei um Ita no norte

e nunca mais parei

- andei de barco e navio

na boléia de caminhão.



Andei olhando pra frente

que logo virava atrás:

atrás é pois um tempo

e não mais um lugar...



Vi que as coisas mudavam

mas quem mudava era eu:

mudava de cidade, de país

de idéias e tudo o mais.



E jamais eu entendia

o Brasil que então eu via:

não sei se ia ou ficava.



III

Andei cismado indagando

coisas tais e absurdas:

buritis na caatinga

eu nunca via, jamais



araucárias no Pantanal

bananeiras nos rochedos

cajus em plantas rasteiras

e inhames parasitas.



Vi hordas humanas vagando

saindo de trens suburbanos

movendo desejos e enganos

dormitando nas calçadas.



Era um país em movimento

(eu, mochileiro, nas estradas)

mas sem sair do lugar.





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Chácara Irecê, 2 abril 2005

Vejam poemas de Antonio Miranda, ilustrados por artistas plásticos e fotógrafos, na página:

http://www.antoniomiranda.com.br/Poesiailustrada/poesiailustrada.htm



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