MORTE
Morte
Presença fria de posição arrogante
Obedece a um decreto impetuoso,
Ceifar do convívio os amigos,
Deixando na estrada abandonada,
Uma dor, uma lágrima, uma saudade.
Você não é um fantasma como aceitam muitos.
Você é um veículo condutor das vidas,
Ao ponto culminante do eterno amanhecer.
Sua ordem é cruel, tendo a saudade por desígnio,
Para os que na tumba fria despedem-se de seus queridos,
Na ultima morada da carne, ponto final de um tempo nessa dimensão a via.
Sua sina, marcar encontro na divisa com o desconhecido,
Abrindo os umbrais do adentramento aos condecorados ou condenados ao perpétuo existencial.
Deixar vazio o olhar, é sua pretensão, marcando com dor o coração.
Questiono-lhe:
- se não existisses para a existência banir, que seria da liberdade para desse mundo partir?
Ouço a resposta contundente:
- na vida está a minha existência.
Mudo apenas a face do estágio celeuma, para o estágio silencio,
Onde um outro mundo surge cheio de primícias sem retorno.
Eu sou a outra face do existencial.
Considerando tal resposta, sinto o peso expressivo dessa verdade por poucos acatada.
Morte, seu dever seja cumprido.
Cabe a nós, enquanto celeuma nesta face, brilhar no viver a luz,
Até o breve amanhecer na face oculta que nos espera Jesus.
Jair Martins / 27/03/05 - 11:45h |