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Poesias-->EU TE AMO, TE AMO, TE AMO!... -- 30/11/2004 - 14:45 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


EU TE AMO, TE AMO, TE AMO!...



Um dia perguntei por ele, mas não ouvi notícias...

Ficou uma voz surda no meu ouvido e um vazio em minha alma, e procurei, e procurei, e procurei...



Outro dia também procurei, e o encontrei...

Então perguntei seu nome mas ele não disse nada enquanto eu via suas costas, e houve outro vazio em minha alma, e como a espera não se cansa, esperei, esperei, esperei...



Aí, outro dia surge ele à distância, e eu levantei da minha espera e ajeitei as abas da minha alma e olhei o espelho do meu coração, e ele chegou... Havia um pranto escondido em sua alma, e uma lágrima seca na sua face nesse dia, e quando dei a ele o meu ombro, ele falou das desventuras de um amor perdido, e ouvi, e ouvi, e ouvi...



E num outro dia ele chegou acostumado ao meu ombro, e ao meu colo, e ao meu ouvido e disse que gostava de mim, e meu coração pulsou de alegria, e minha alma renovou a esperança, e como a esperança renovada sonha, eu sonhei, e sonhei, e sonhei...



Então, outro dia ele chegou e não disse nada nem deitou no meu ombro... Mas comeu da minha carne e bebeu da minha alma, e deitado ao meu lado ouviu a minha voz, e enquanto descansava arrisquei umas palavras, e falei, e falei, e falei...



Então nos demos as mãos e dissemos que não éramos mais dois, mas um só porque eu era ele e ele era eu, e desse dia em diante passamos a respirar o mesmo ar, e dividir as mesmas alegrias e chorar as mesmas lágrimas, e então eu fui feliz, e feliz, e feliz...



Mas um outro dia ele chegou meio diferente, e vi um brilho de faca em seus olhos, e vi que falou olhando um pouco abaixo dos meus, e disse que ela voltou dizendo que o amava... Então com meus olhos nas mãos vi as suas costas como um dia vi o seu rosto, e ressoaram as suas palavras como facas de corte em meu peito, e eu chorei, e chorei, e chorei...



Agora, depois de muito tempo olhando a estrada aonde vi suas costas, vejo seu rosto cheio de poeira e agonia, e meu coração pulsa um novo pulsar meio dolorido, e sem mesmo entender porque o faço, ajeito as abas da minha alma, e olho como estou no espelho do meu coração, e corro para ele. E corro, e corro, e corro...



Não há a menor dúvida de que é ele mesmo, mas eu também sou a mesma...

E enquanto corro renasce a esperança quem sabe, que dessa vez eu ouça a sua boca dizer eu te amo, te amo, te amo...



*



Adelmario Sampaio



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