O VENDEDOR DE FLORES
Rafaela tem um amiguinho, o Daniel, que é filho de um homem que cultiva flores para vender. Sua mãe trabalhava, costurando e consertando roupas dos vizinhos.
Aconteceu que o pai de Daniel ficou muito doente, e não póde mais trabalhar.
Como os seus dois irmãozinhos eram muito pequenos, Daniel, que só tinha 8 anos, precisava trabalhar, para ajudar a mãe dele sustentar a família.
Ele acordava bem cedinho e ia cuidar do jardim: regava as plantas, cortava os galhos secos, cuidava bem de todas. Assim, ele colhia lindas flores, que saía vendendo pela cidade.
Esse trabalho, Ã s vezes, durava até quase o meio dia, e, então, ele vinha correndo para casa. Depois do almoço ele ia para a escola onde estudava.
Quando Daniel chegava a sua casa, ia ajudar a mãe dele cuidar dos irmãos menorzinhos, ou fazer algum trabalho.
Certo dia, ele saiu para vender flores, e não estava encontrando ninguém que quisesse comprar. Andou muito e não vendeu nada. Já estava com vontade de desistir. E ele precisava vender algumas flores. Eles dependiam daquilo comprar comida para a sua família e, Ã s vezes, remédio para o seu pai.
Muito cansado, ele resolveu parar debaixo de uma árvore e descansar um pouco.
Então, Daniel começou a chorar, porque não estava com coragem para continuar. Suas pernas não aguentavam e ele achava que não ia conseguir nada naquele dia.
Parado ali, ele pedia a Deus que lhe ajudasse, porque era muito pequeno e se sentia fraco para resolver tanta coisa.
De repente, o menino avistou uma senhora muito bonita, que foi chegando perto dele e, com voz bem suave, lhe chamou pelo nome, passando a mão em sua cabeça.
A senhora consolou-o, dizendo-lhe que não devia desistir de trabalhar, nem de lutar pelos seus ideais, nem de se dedicar aos outros. E terminou dizendo que ele fosse à igreja rezar, porque Deus estava olhando o seu sofrimento e ia ajudá-lo a vencer suas dificuldades.
Assustado, ele acordou. Entendeu que havia dormido e sonhado com aquela linda mulher.
Mas logo ficou triste, porque não viu as flores ali. Pensou logo que alguém as havia roubado. E voltou chorando, para casa.
Então, sentiu algo no bolso. Parou para olhar. Mistério: era o dinheiro das flores. Mas quem as havia comprado? Ele não se lembrava de ter vendido nenhuma!
Outras coisas maravilhosas aconteceram. A partir daquele dia, mal ele saia de casa e já vendia todas as flores. Seu pai, aos poucos recuperou a saúde, e voltou a trabalhar.
Assim, Daniel teve mais tempo para estudar e brincar, como deve ser com todas as crianças.
Passados alguns dias, ele lembrou do que aquela senhora lhe havia dito, no sonho. E resolveu ir à igreja, agradecer a Deus, porque sentia que sua vida estava melhorando.
Sua família não tinha o costume de ir á igreja. Mas, naquele dia, ele foi. Chegando à igreja, chamou sua atenção uma imagem de Nossa Senhora, que ele achou muito parecida com a mulher do sonho. Aproximou-se, e, admirado, viu, ali, aos pés da santa, as flores que tinham desaparecido enquanto ele dormia.
Daniel contou para os seus pais sobre o sonho e sobre as flores aos pés de Nossa Senhora. Maravilhados, nunca mais eles deixaram de rezar, agradecendo a Deus e a Nossa Senhora, que abriram o caminho vitorioso da fé e mudaram a vida deles.
João Afonso
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