DIA DE MUDANÇA
Já entraram os carregadores. Atropelo. Começavam a sair caixotes e móveis, levados para o caminhão que estava à porta.
Cuidado! alertou Izabel. Quase fica em pedaços o espelho.
Também as crianças não paravam, num entra e sai sem fim, atrapalhando quem estava trabalhando na mudança.
Quase tudo estava arrumado, faltava só desmontar alguns móveis, mas, como era sábado, tinha bastante gente ajudando. A vizinhança toda estava colaborando para a mudança da mãe de Rafaela. Uns conseguiram caixas, outros arranjaram jornal para embalar as louças.
Divina, tem um alicate aí?
Já vai, respondeu a vizinha.
Mesmo tristes porque eles estavam mudando dali, os vizinhos ajudaram em tudo. As crianças também queriam ajudar. Pegavam coisas que nem podiam carregar... Era ajudando e brincando, ou melhor, atrapalhando e brincando. E o risco de quebrar alguma coisa.
Naquela casa Rafaela nasceu. Já com sete anos, sempre morou ali. E os amiguinhos todos lá perto! Que não era dia de aula e a criançada estava desocupada.
Rafaela estava muito alegre porque ia morar em casa nova. Criança adora novidades.
E no meio da desarrumação, soube que não ia brincar mais todos os dias com os seus amiguinhos. Que a casa era longe e não dava para ir todo dia ali. Que não ia mais estudar na escola da tia Estela... E ficou triste. Quis chorar, porque ia ficar sozinha, sem ter escola, nem com quem brincar.
Sua mãe procurou consolá-la, dizendo que ela ia conhecer outros vizinhos e ter novos amiguinhos com quem brincar, nova escola, nova professora. E que ela virá brincar com os amiguinhos daqui, sempre que possível, nos fins de semana.
Rafaela entendeu que terá estes amigos e muitos outros. E que mudança pode ser uma coisa boa, alegre. Dá oportunidade de aumentar o número de amigos, conquistando novos e mantendo os atuais. Só depende de você não se isolar, procurar ser amigo, ver o lado bom dos acontecimentos. Quase tudo sempre tem o seu lado bom.
João Afonso - Palmas - TO
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