Breve história de cordel de Arnaldo Niskier
A história do pobre é rica
conforme a sua eminência;
ou seja, só é pobre se ele fica
na pobreza, na indigência
de não levar seu talento
para a crista de um momento
que eleve sua existência.
Sou simples e ainda mais pobre
era dos meus a origem;
só possuíamos de nobre
o sentido das raízes
que vieram de ultra-mar
pra com o índio se juntar
cunhando nossas matrizes.
Parece-me afortunada
uma tal situação
se de alma levantada
e muita obstinação
tornamos rica a vida
só de flores guarnecida
tendo a fé no coração.
Falo assim porque chegou
um momento inesperado
que o meu ânimo levantou
e me deixou gratificado
porque de um homem, a saga,
as minhas rimas afaga
como aqui vai relatado.
Sendo filho de imigrantes
que no Brasil se instalaram
e, mesmo, dos seus, distantes,
um novo lar encontraram,
Niskier, o cidadão
de quem faço louvação,
aqui seus pais o tiveram e criaram.
É, portanto, um brasileiro
que, do tempo de menino
já começava, ligeiro,
correndo contra o destino
no esporte destacando-se,
no estudo salientando-se
com força, coragem e tino.
De Euclides, os teorema
eram-lhe de fácil ilação;
hibérpoles, como poemas,
animavam-lhe o coração;
as leis da Geometria
induziam-lhe poesia
sem régua ou compasso à mão.
Vencendo a indolência
exercendo o jornalismo,
foi encontrar na docência
novas formas de ativismo,
outros difíceis mistérios
achados no magistério,
de educação tornam-no cativo
preocupado com o ensino
de qualidade precária,
desacertos e desatinos
atingindo gamas várias,
Mestre Arnaldo Niskier
começou a escrever
uma obra extraordinária.
Em 50 anos d vida
já Niskier publicara
30 obras sentidas
por uma inteligência clara
que mostrava a qualidade
da sua capacidade
Em tão difícil seara.
Por duas vezes secretário
de governos diferentes,
não ficava estacionário
na sua ação diligente;
propulsionou as ciências,
premiou inteligências,
portando-se dignamente.
Reintroduziu o Francês
como língua obrigatória,
e tanto como ao português
ativou também, a história;
das artes do Rio de Janeiro,
transformou-se em timoneiro
com dedicação notória.
Na área da televisão
tem um papel convincente,
dotou a comunicação
de um valor evidente;
o Brasil ganha memória,
torna-se real a história
do passado até o presente.
É titular de história,
Doutor em educação,
é-lhe a pedagogia outra glória,
e a Matemática é seu chão;
como diretor de empresas,
outra de sua surpresas:
é técnico de Administração.
Os seus títulos honoríficos
tantas medalha incluem,
desde os méritos científicos
a outros que se confluem
com civismo e educação
pelo bem dessa Nação
que suas idéias refluem.
Melhor coisa, porém,
que a Niskier ocorreu,
e que lhe fez muito bem
porque ele mereceu,
foi ingressar na Academia,
desfrutando a alegria
que sua obra lhe deu.
Pois, de Machado de Assis,
aquela casa chamada,
a qualquer um faz feliz
ver sua obra consagrada,
prevalecendo o respeito
de quem consegue o direito
de ali ter livre entrada.
E, um fator, sobretudo,
foi a sua qualidade
obtida pelo estudo
com muita dificuldade
tornando-se um imortal
pra muitos um ideal,
só fruto de vaidade
Mas, pra ele merecimento
pelo seu trabalho feito
durante padecimentos
que lhe granjearam conceito
numa atuação duradoura
e a vontade criadora
que não merece defeito.
Filho de pais imigrantes
que chegaram escorraçados
trazendo a dor no semblante
mas aqui foram alentados,
nasceu Niskier brasileiro,
de nome , Arnaldo, primeiro,
paciente e abnegado.
Frágil só na aparência,
mostrou-se um pugnador
pelo esforço e a inteligência,
em várias ciências, doutor;
e exemplo que se oferece
a quem cedo arrefece
e se torna um perdedor.
Digo com a autoridade
que me tornou consciente:
se existe dificuldade
de um brasileiro ir à frente
basta que a perseverança
se junte com a esperança
num espírito inteligente.
Bravo, bravo, eu escavo,
Armo o que acho na história
Reunindo , do mel os favos;
Batalhando pela glória
Originada de fatos,
Zarpando sobre os estratos
Ancorados na memória.
Leitor, que até agora
Escutou a louvação
Inscrita neste cordel,
Tenha sempre, logo à mão,
Este exemplo no papel.
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