Em frente ao campus da Faro, na cidade de Porto Velho, existe um campo de treinamento do Exército Brasileiro. Ao passar pela BR-364 observei uma faixa, no dia 8 de agosto, com os dizeres “Exército, fiador da democracia”.
Fiador em que sentido? Fiador na linguagem popular é o que segura o prejuízo, em caso do titular da conta não ter capacidade de honrar os compromissos.
Por outro lado, quem elaborou o pequeno texto pode estar indignado com a supressão do número de soldados, ordenada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em ato recente. A palavra fiador aparece com expressão de duplo sentido.
Oliver Cronwell dizia na velha Inglaterra que o exército é o coração de um povo. Governava com mãos de ferro.
O fato é que o sistema democrático no Brasil é novo, sempre comprometido pelas investidas das velhas elites, que já utilizaram as Forças Armadas diversas vezes para sabotá-lo.
As Forças Armadas atualmente cumprem com fidelidade o papel de sustentar o sistema político brasileiro e respeitam a Constituição, embora o governo neoliberal, atendendo a pressões internacionais, esteja fazendo de tudo para transformá-las em coisa nenhuma.
O Exército, assim como as demais forças, em breve não vai poder cumprir seu papel, por estar inviabilizado economicamente. Logo, ficaremos sem suporte e fiador.
Tomara que em outros lugares surjam frases como esta, mas no sentido de alertar aos deputados e senadores sobre a importância de forças próprias de defesa. A idéia internacional é que tropas da ONU podem servir aos interesses brasileiros em caso de conflito. E se o conflito for contra os ianques, eternos larápios de territórios latinos?
De qualquer forma, fiador não é a palavra mais adequada. Suporte é melhor. Afinal precisamos de defesas.
Depois da instalação do Sivam, da quase entrega da base de Alcântara, soberania parece algo cada vez mais distante. Tomara que alguém abra os olhos e veja que precisamos de suporte.