Hamilton Lima
Numa semana em que se esperava uma completa festa azul, somente os torcedores do Paysandu de Belém do Pará conseguiram seu intento. A final seria azul de qualquer jeito, pois o Cruzeiro de Belo Horizonte, adversário do terceiro campeonato nacional - a Copa dos Campeões - também carrega as cores azul e branco.
O time de Belém compensou as expectativas de sua torcida, ao contrário do São Caetano, que mais uma vez foi vice, desta vez da América.
Um time sem grandes estrelas, capaz de vencer a segunda divisão do campeonato brasileiro, o campeonato regional, a Taça Norte, e finalmente as equipes do Centro - Sul do país.
Curiosamente em Porto Velho não se ouviu foguetes pela conquista do time de Belém do Pará. Não que faltem paraenses vivendo em Porto Velho. Mas eles devem ter outros times no país. Os moradores da Capital rondoniense também mantém preferências pelas equipes cariocas em sua maioria, com bolsões esparsos de palmeirenses, corintianos, sãopaulinos, gremistas e colorados - estes últimos em número bastante reduzido - o que os levou a minimizar o feito paraense.
É bom lembrar que o time do Paysandu é o segundo do Norte a participar de uma competição internacional, sendo o primeiro na Libertadores da América, vaga assegurada com o título.
O brioso São Raimundo, de Manaus, esteve na Conmebol, chegando à final contra o Santos, perdendo, mas com muita galhardia - termo de milico.
O Paysandu talvez esteja ensinado algo para os dirigentes rondonienses, que desde o início do profissionalismo futebolístico no Estado se comportaram como excelentes amadores.
Apoio do governo para um bom estádio, seriedade, objetividade não eleitoreira, vontade de mostrar que o Brasil não termina na Bahia ou em Recife, que já tiveram o gostinho de alojar campeões.
O Papão da Curuzu faturou, e Porto Velho não se manifestou. Foi curioso, até lamentável. Os paraenses que moram aqui poderiam ter feito uma festinha pela rua, só para mostrar que tem orgulho de sua terra. Quem sabe no próximo título os santos de casa façam milagre.
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