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Contos-->O BOM DINHO -- 08/07/2004 - 19:17 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





Abélio fechou, naquele sábado à noite, seu supermercado, e com a féria no bolso, entrou rapidinho no Santana velho.
Seu plano, para aquele final de semana, seria em grau máximo de prioridade, terminar a leitura do famoso "Aos pés de Pompeu", e depois, correr mais dez quilômetros em torno da praça velha de Tupinambica das Linhas.
Deu a partida no carro e logo em seguida, já no trânsito, ligou o rádio. A cidade era notória por sua modorra e bucolismo, onde os fatos não aconteciam ou se ocorriam não eram noticiados.
Mas naquele início da noite, o locutor pançudo, conhecido por sua tartamudez, falava afoito, sobre o prefeito de Rio dos Seixos, uma cidade vizinha, que para sobrepor a oposição de alguns vereadores, determinou o pagamento, aos chatos contrariantes, de quantias mensais gordas, saídas dos cofres da cidade.
A notícia falava da quizumba que se sucedeu. O prefeito de Rio dos Seixos, foi obrigado a contratar um advogado de Tupinambica das Linhas. Se não era o mais famoso, era no entanto, cunhado dum deputado conhecido como Borboleta. Esse tal de Borboleta (gorda, para os íntimos), concorreria a uma vaga na eleição para prefeito dos Tupinambiquences.
Abélio, pensativo, dirigia seu vetusto pela rua principal da cidade, tomada pela azáfama. Ele pareava a moral dos políticos com a fome canina e dizia baixinho: "cão que rejeita osso, está saciado".
Quando se aproximava da sua casa, observou a primitiva regra de segurança: primeiro deveria esperar todo transeunte ultrapassar aquele seu portão, para depois então, por intermédio do controle remoto, abri-lo.
Mas uma jovem loura, com olhos azuis cintilantes, caminhava a passos lentos. Ainda bem que Abélio estava de bom humor. A garota não era girafa, mas devia ter no mínimo, 1,15 m só de pernas.
A mocinha passou lerda. Abélio entrou e fechou logo, atrás de si, o portão pesado. Ele deveria pensar em colocar brevemente, uma guarita, onde vigias dariam segurança também aos demais moradores.
Ao ingressar na sala não foi recebido por ninguém. Nem mesmo a cadela velha, hospedeira de pulgas, carrapatos e bactérias mil, veio vê-lo.
Quando depositava as chaves no local de costume o telefone tocou. Abélio atendeu; não era outro senão seu velho e saudoso amigo Dinho; conhecido pelas marafonas como "el caceton". Elas diziam que seu pipi era modelo antigo: grandalhão; e que divergia, em muito, dessas bilungas de hoje.
Dinho foi logo falando: "Abélio, meu querido, a gente não somos escola de samba, mas temos que evoluir".
Abélio, nervoso tentou dizer qualquer coisa para desligar, porém o Dinho continuou: "Sabe quem me ligou? Foi o Alvi. Lembra-se dele? Foi ele quem inventou aquela história de contratar um seguro caríssimo pro supermercado e depois, tocou fogo em tudo, durante a madrugada." Abélio, ruim de esquiva, sentou-se no sofá da sala e desabotoava a camisa. Dinho arrematando o assunto terminou: "É, meu caro, o Alvi não era nenhum Alfredinho Nobel, mas tinha lá suas idéias explosivas."
Abélio sentiu-se atrapalhado. E quando se via nesse estado, confundia cem reais, com sem reais. Por isso achou melhor ser mal educado e disse pro maçante: "Nego, eu cheguei agora do trampo, e tô de saco cheio. Num dá pro cê ligar mais tarde?" Abélio sabia, tinha certeza até, que não cometera nenhum erro crasso.
Dinho sentindo-se ofendido disse: "Seu burro! Tomara que os piratas te peguem!" Dizendo isso, bateu o telefone encerrando o papo.
Um calafrio percorreu a espinha do Abélio. Afinal, meu amigo, minha amiga e senhoras donas de casa: aquela praga não era brinquedo, não!




Leia também, do mesmo autor, O PAU DE AÇÚCAR, em erótico.



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