Se Deus me desse o dom
De meus versos improvisar,
Me sentiria um mestre
Na arte de versejar
Um poeta de mão cheia
Preso livre da cadeia
Um menestrel ao luar.
Conversar em rimas quentes
Qual o poeta cantador
De meu sofrido Nordeste
Mas sempre cheio de amor.
Ah, meu Deus que bom seria
Respirar só poesia
Neste mundão de horror.
Cantar as doces lembranças
Do que não volta jamais
E dolente de saudade
Qual o marujo no cais
Afogar as amarguras,
Só lembrar as travessuras
E o mimo de meus pais.
Se Deus me desse esse dom,
Esse dom que sempre quis,
Seria de fato um poeta
A rimar tudo que fiz.
Cantar hosana ao sucesso,
Mesmo um pouco possesso,
Seria um homem feliz.
(*) poeta, jornalista, editor do Jornal LiterArte. Paraibano radicado em São Paulo há décadas.