COM EXCESSAO DE MEU PAI, AINDA NAO ENCONTREI UM HOMEM HONESTO NO BRASIL.
MEU PAI, LEMBRO-ME MUITO BEM DISSO, MANDOU DEVOLVER UMA CARRETA DE SACOS DE AÇUCAR, QUE UM USINEIRO ENVIOU PARA NOSSA CASA, A QUAL FICOU ENTUPIDA DE SACOS DE AÇUCAR DE 60 KILOS. ATE´ NO BANHEIRO HAVIA AÇUCAR.
ANTES DISSO, O TAL USINEIRO TENTOU CORROMPER MEU PAI, ATRAVES DE ALTAS QUANTIAS EM DINHEIRO. TUDO PARA NAO PAGAR UMA VULTOSA MULTA, QUE MEU PAI LOCALIZOU NOS DOCUMENTOS DA EMPRESA.
MEU GENITOR ERA COLETOR E FISCAL DE IMPOSTOS, NAQUELES VELHOS TEMPOS DOS ANOS SESSENTA.
POR CAUSA DE SUA HONESTIDADE ACABOU SENDO REMANEJADO PARA A CAPITAL, PARA NAO SER DEMITIDO, ONDE PASSOU A TRABALHAR NA RECEITA FEDERAL SEM AS PRERROGATIVAS ANTERIORES.
A DIFERENÇA ENTRE A HONESTIDADE E A FALTA DELA E´ QUE HOJE, O TAL USINEIRO TEM NOME DE RUAS, DE BAIRROS, INSTITUIÇOES DE CARIDADES, PONTES, ARRAIAIS, AVENIDAS EM TODAS AS CIDADES DA REGIAO.
O NOME DE MEU PAI ESTA´ ESCRITO APENAS NUMA LAPIDE PERDIDA DE UM CEMITERIO PERDIDO, NUMA CIDADE PERDIDA.
AGORA PERGUNTO: VALE A PENA SER HONESTO NESTE PAIS?
E RESPONDO: A MAIORIA ACHA QUE NAO.
NOS VELHOS TEMPOS EU ACHAVA QUE SIM.
HOJE, JA´ PENSO DUAS VEZES ANTES DE SER HONESTO.
TANTO E´ QUE AINDA AVISO ANTES DE SER OU NAO SER HONESTO!
(Jeovah de Moura Nunes)
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