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Cronicas-->Onde vão as flores -- 04/08/2003 - 18:38 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Falando comigo mesmo espero que a brisa tome conta da tarde. A névoa dos teus olhos derrama sobre mim um pouco de esperança. Creio é reflexo das flores que não te dei.
Se comprasse flores e te entregasse então terias uma desculpa para ligar. Ou não. Quem sabe se não serias mal agradecida, quem sabe vaidosa demais. Optei por não comprar flores nem prá ti nem prá ninguém.
O calor que pesava o ar da tarde espantava a névoa dos teus olhos. Fiquei esperando que houvesse um superaquecimento do teu olhar racional com o calor e chovessem algumas lágrimas.
Se houvessem lágrimas poderia inspirar o texto que não queria sair da pena. Caneta tinteiro do início do século, como os sentimentos que brotavam no tempo de nossos avós.
Havia uma rosa no jardim de uma casa. Poderia tê-la roubado para te entregar num dia quente qualquer.
Resolvi esperar sentado na calçada, primeiro pela chuva, depois por instante onde fosse possível falar com ela.
Entre as colocações para a primeira e a terceira pessoa deduzi que ela não estaria disponível naquela tarde, terminando por deixar que eu ficasse falando sozinho em frente a uma janela embaçada.
Para que não houvesse qualquer dúvida prometi aos botões que desta vez não deixaria de falar que havia um certo brilho em seus dentes. Dentes, que enchiam a boca no largo sorriso.
Naquele dia não havia sorriso que iluminasse seu rosto, mas assim mesmo, por causa das flores que esperava ganhar, havia um brilho nos olhos.
Resolvi levar o texto que rabiscava no papel de embrulho para a primeira pessoa novamente. Achei que se escrevesse algo como meu coração bate onde teus pés pisam poderia impressionar. Foi então que escrevi que meu coração bate onde teus olhos passeiam.
Na confusão de palavras entendi por alguns gostam de Clarice Lispector. Precisava quebrar a estrutura do texto para que ela prestasse mais atenção nas palavras. O papel de embrulho era claro, com letras impressas do outro lado.
Rabisquei as iniciais, já que o nome completo não se escreve. Completei o pensamento e o texto desenhando uma flor. Algo semelhante a uma margarida.
Deduzi que ela gostaria de receber o desenho ao invés da flor. Chovia no chafariz enferrujado da praça central. Vi que era apenas uma criança brincando com pistola d água. Um vento quente queimou meu rosto.
Deixei que pensamentos me levassem em sua direção. Não falei nada sobre flores ou sentimentos.
Na terceira pessoa quase disse que estava apaixonado pela primeira.
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