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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->Sonho Estranho -- 09/12/2006 - 09:32 (José Januzzi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sonho Estranho


Fiz um passeio num sonho:
viajei por um estranho caminho
e não me sentia sozinho,
mesmo não estando acompanhado.
Era um lugar sombrio
Com muitas pessoas caminhando,
todas sisudas, a olhar para o chão.
Tentei ver minha suposta companhia,
mas uma força contrária,
que só se sente nos sonhos,
não me deixou virar os olhos.
Segui caminhando assustado;
passei por muitas mulheres
com crianças pequenas do lado;
passei por muitos idosos
seguindo no mesmo passo lento
que também os homens fortes
e os jovens moços e moças
davam na mesma direção.
Pensei, para onde estariam indo
todas aquelas pessoas?
O silêncio era assustador,
só eu no sentido contrário
e não conseguia olhar para trás,
nem ver quem me seguia.
Quanto mais eu andava,
mais pessoas surgiam.

Na distância, um grupo diferente
na cor se destacou,
apressei-me curioso,
e mais espantado fiquei,
tinham as cabeças raspadas,
todos vestiam a mesma roupa
e os olhos fundos e fixos
nos passos que seguiam na frente.
- Que lugar será esse, meu Deus?
- O que fizeram essas pessoas
para tamanha penitência?
Os carecas passaram.
Pessoas normais se seguiram,
ninguém me olhava de frente,
parecia eu não estar ali.
Apesar da pouca claridade,
seus rostos eram muito nítidos.
No alto não existia céu,
era tudo escuridão.
Nenhum rosto conhecido
no meio daquela multidão.
Tentei apressar o passo
pra ver até onde ia
aquela estranha legião
de gentes que não existiam;
de lado, eu não sabia,
até que largura tinha,
aquela fila de gentes
a caminhar sempre em linha;

de frente, eu me cansei,
pelos apressados passos que dei,
e não consegui mesmo ver,
naquela falta de luz,
o final daquele caminho
que parecia sem fim.
Continuei desanimado,
curioso com aqueles rostos
que pareciam ter luz própria.
Olhava de um lado e de outro,
do eixo de minha rua,
somente ao alcance do olho,
pois a cabeça eu não mexia.
Fui diminuindo meu ritmo,
com aquela sinistra cadência,
aos poucos, baixei o meu olhar,
e fui perdendo o interesse,
por aqueles rostos estranhos.
Comecei a me sentir sozinho,
aquela sensação do início,
não mais me acompanhava.
Aos poucos, sem me dar conta,
estava eu a caminhar,
nos mesmos passos da marcha,
só eu no sentido contrário.
Tentei encarar aqueles rostos,
quem sabe se entre eles,
algum me trouxesse lembranças,
mas todos eram estranhos...

Voltei a olhar para o chão,
tentei virar para o lado e consegui,
aquela força não mais existia.
Mais assustado fiquei,
também para os lados
aquela multidão não tinha fim,
todos firmes nos seus passos
em ritmo lento e reto.
Consegui olhar para trás,
parado, em triste contemplação,
daqueles passos rumo ao infinito.
Pus-me a caminhar,
no sentido da multidão,
um pouco atrapalhado,
buscando uma explicação;
todos seguiam cabisbaixos,
em passos lentos, mas firmes,
que meus passos cansados,
passaram a acompanhar,
no mesmo sinistro embalo,
cadente, numa das filas.
Alguns passos adiante,
naquela jornada sem fim,
percebi que não mais conseguia
virar-me, ou qualquer coisa assim.
Não sentia mais meus passos,
sem deixar de acompanhar
aquela legião de aflitos
onde agora, era eu mais um.

Também abaixei a cabeça
e firmei o olhar nos passos da frente,
tentei voltar,
mas aquela força não deixou mais.
Insisti, fechei os olhos,
relutei o mais que pude,
não me cabia aceitar,
que estava eu no meio
daquela multidão de rostos
com pálido brilho,
e sem nenhuma expressão.
Não podia, eu não desisti,
juntei tudo o que eu tinha
de poder em meu espírito;
tive a impressão de um vulto
a passar por mim,
talvez quem me seguiu me dando forças.
Senti aumentar meu poder,
Consegui levantar a cabeça
e uma luz muito forte surgiu no alto.
Fui sugado dali em sua direção
e me despertei para o Mundo.
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