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cronicas-->Para Sempre Karnak -- 22/12/2002 - 02:57 (Patrícia Köhler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Esta noite foi uma das mais especiais na minha vida, musicalmente falando. E como sou extremamente afeita à música (e músicos), é um lado que interfere em todos ou outros. Já disse Nietzsche: "Eu só acreditaria num Deus que soubesse dançar".
Fui à última apresentação de uma das minhas bandas "de cabeceira", o Karnak, que, precoce e tragicamente, para mim, está encerrando suas atividades.
Eles são das melhores e mais originais coisas existentes no Brasil. Suas músicas são poesia pura. Os músicos, sem exceção, demonstram à exaustão ao público todo o tesão que sentem por fazer o que gostam.
O guitarrista e mentor da banda, André Abujamra, é uma figura sui generis. Um verdadeiro show man. Suas aparições representam um show à parte, cheias de humor, lirismo e imitações dignas de um Oscar.
Neste show de hoje eu me emocionei porque ele fez questão de frisar os motivos da separação do grupo, que nada têm a ver com qualquer tipo de desavença entre seus integrantes. Mais de uma vez ele reafirmou o amor que sente por todos da banda (e é uma porrada de gente!) e de como, apesar de tudo o que este show estava representando, ele estava feliz nesta noite.
Feliz por ver que, passados dez anos da formação da banda, a platéia cantava alto e de cor as letras. Feliz por perceber que o fim da banda não representa necessariamente o fim da banda, se é que dá pra entender. Explico (nas palavras do Abujamra)...o Karnak não é apenas uma banda. A irmandade parece dar o tom em tudo ali. São músicos extremamente unidos, mesmo com tantos projetos paralelos de cada um.
Gente...é uma raríssima exceção tantos músicos continuarem juntos por tanto tempo, mesmo sendo obscurecidos pelos axés e sertanejos da vida. Não me lembro de algum dia ter ouvido alguma música do Karnak no rádio, ao passo que refrões como "Baba baby" nos entorpecem.
Isso é uma declaração de amor à banda, sim. E não namoro nenhum integrante, apesar de ter o privilégio de ter alguns como amigos.
Estou meio triste, assistir às apresentações do Karnak é sempre uma catarse. Mas guardarei na memória e no coração todas as vezes que os vi, especialmente esta, que deve ter sido a última.
Espero que cada um tenha o mesmo êxito e tesão em seu novo caminho.
E fico muito, mas muito orgulhosa de saber que, no meio da nossa indústria fonográfica, em que rola muuuuito jabá, ainda há pessoas fazendo sons autênticos e de altíssimo nível, sem a preocupação quase neurastênica de ter suas músicas executadas nas rádios ou ver seus cds figurarem na lista dos mais vendidos. Isso é o que diferencia um músico profissional e hedonista de alguém que apenas tem na música uma maneira de comprar mais um carro importado, armas (!!) ou posar pra Playboy.
Vida longuíssima à família Karnak!

Patrícia Köhler



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