O jornalista Clésio Boeira da Silva propós entrevista ao usineiro Torre da Guia para a Editoria de Entrevistas do site hpTCHÊ!, que administra, vinculado por meio de liks ao site de literatura Usina de Letras. Da Guia, português, residente em Lisboa, concordou, mas pediu tempo para analisar as perguntas. Caso se interessasse, remeteria as respostas. As entrevistas são feitas por e-mail - e exigem confiabilidade mútua. Por isso, a hpTCHÊ! as publica na íntegra.

Clésio conta que hesitou em levar a idéia adiante por ter o português tratado da entrevista como "colaboração" à hpTCHÊ!. "Conhecendo a conduta nada recomendável desse cidadão no site, acabei desistindo de entrevistá-lo", conta. Mas, como o português fora referido nas perguntas e, obviamente, nas respostas de matéria anterior, "havia curiosidade de ouvi-lo falar também". Orientando-se pela opinião dada por amigo", Clésio enviou as questões na noite de terça-feira, dia 12.

Ao amanhecer de quarta-feira, as perguntas e respostas estavam publicadas no site Usina de Letras, por iniciativa do entrevistado Torre da Guia. "Não tenho conhecimento de gesto de rapinagem jornalística semelhante", comenta Clésio. "Em 12 anos de atividade profissional, não tenho conhecimento de que o entrevistado tenha usurpado a matéria do entrevistador, veiculando-a por conta própria", observa. Clésio iniciou contatos com o administrador do Usina, que não respondeu a e-mails e nem retornou telefonema na noite de quinta-feira.

A matéria continua publicada no link Artigos contra a vontade do autor da entrevista. "Trata-se de fato grave neste tempos de web-jornalismo", destaca Clésio, sem nunca deixar de elogiar o caráter democrático do site Usina de Letras e a conduta retilínea de seu administrador, Waldomiro Guimarães Jr. "Neste, porém, o afável amigo está equivocado, pois não há censura e nem paira dúvida sobre a autoria da entrevista, admitida pelo próprio entrevistado na publicação", completa.

Dois advogados se prontificaram a ingressar com medida judicial, mas Clésio recusou ambas ofertas: "Tenho convicção de que o senhor Waldomiro vai providenciar a retirada do texto - e tudo se resolve". O larápio virtual desapareceu do site, embora haja suspeita de que esteja atuando por meio de dois apelidos. "A gente conhece o estilo antiquado e flagra erros contumazes de português", brincou. Se a entrevista não for deletada, o jornalista deverá deixar de escrever na Usina de Letras.

- Vou interromper trabalho feito pelo simples prazer de lidar com jornalismo e literatura simultaneamente. Com meu site, que é apenas uma capa, pois os links levam os leitores à Usina de Letras, divulgava meus textos, os de colegas e tentava ajudar na divulgação da Usina. Minha próxima entrevista foi acertada com o senhor Waldomiro Guimarães, a quem enviei ontem à tarde as perguntas.

Além das entrevistas, Clésio escrevia a coluna BASTIDORES e escreveu a primeira do que seria uma série de reportagens, falando sobre "o verdadeiro mundo à parte que é a Usina de Letras, com 8 mil autores, 160 mil textos publicados, 100 mil leitores por mês, cujos acessos repetidos proporcionam 1 milhão de page views. "Se for o caso, largo o macro e me dedico ao micro, ou seja, ao meu pc e ao meu site, que, em julho, somou 6.034 page views", diz.

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