Boi a Berro
O berrante, na manhã, incita.
A boiada se agita.
Abrem a porteira.
Já levanta poeira.
Grita o peão!
Boi! Boi! Boi!
O tropel barulhento,
Avança na estrada.
Terra seca ou aguada.
- êta peão suarento!
Grita o peão!
Segura o “malhadão”!
Aperta o cinto, cavaleiro!
Seu zaino está matreiro.
Corre atrás do desgarrado.
- êta boizão danado!
Laço comprido.
Aperta e faz atado.
O animal subjugado.
- êta nó ardido!
Grita o peão!
Boi! Boi! Boi!
No alto, sol a pino.
À frente o destino.
Mas, debaixo do mangueirão...
- êta almoço “bão”!
Cascos firmes – puro aço!
Trotam o calor.
Mostram seu valor.
- êta tarde de mormaço!
Grita o peão!
Boi!Boi!Boi!
Responde outro peão.
Boi!Boi!Boi!
Bebe água, a vacada.
Descansa na invernada.
Na fogueira, à noite, a peonada.
Faz uma boa churrascada.
|