170 usuários online |
| |
|
Poesias-->Mão de versos -- 11/06/2005 - 23:16 (Paulo Bruekers Oliveira) |
|
|
| |
Minha mão mais sincera
Não caça as palavras soltas na memória
Apenas colhe os versos semi-maduros
Espalhados
Embaralhados nos devaneios de lembranças
Palavras são salgadas
Meus versos são dedos na forma escrita
Boiando pelas bordas como marujos ao mar
Dedos trincados de palavras náuticas
Dedos que seguram remos
Em mãos condizentes com o rebolar do oceano
Mãos profundas, abissais
Mãos nadam
Carícia com pata, é soco no olho de leitor
Seguro arma para manifestos de engajamento
Sonho em ter sonhos como os radicais
E falar alto no rosto das sombras de generais
Como no tempo que se falava baixo
Baixa intensidade demais para intensas censuras
Sussurros como lápis rabiscando folha
Mãos sofridas e mãos cantadas relutaram
Mãos à boca ajudam a ecoar os gritos
Relutarão
Só não releia o que seu inconsciente já sofre sabendo
Pois nem se engane, masoquista literário
Como já te disse Augusto
A mão que afaga é a mesma que apedreja |
|