Boa tarde, Freud!
O que tenho para dizer-te, hoje, é de tua inteira competência. Creio. Embora eu não confie em analistas, muito menos no que eles dizem ou pensam. Mas, sempre consciente de que o que eu digo não lhes tira o valor. Isto porque muita gente depende da "ajuda" que tais criaturas possam oferecer para os seus problemas. E até acabam por ajudar. Sim... Haja vista o preço exorbitante de uma consulta, o que, via de regra, significaria que só os ricos teriam seus problemas resolvidos. É por isso que eu não lhes dou muito crédito, amigo Freud. E não adianta argumentar! Você, como eu ou qualquer pessoa inteligente, sabe muito bem que a resolução de problemas está no poder interno que cada um tem em si mesmo. É uma questão lógica, não?
Mesmo porque, se fôssemos "analisar" certos comportamentos de analistas, ficaríamos de queixo caído... com tantos absurdos.
Uma riquíssima mina onde se podem encontrar pessoas assim é aqui. É sim!
Navegando pela Internet, podemos encontrar tantas personalidades... Psicólogos, juízes, jornalistas, artistas, grandes empresários, engenheiros... E tem até os "polivalentes", Freud! Aqueles que, não satisfeitos, em ser apenas uma coisa, destrincham-se em dizer que são isto e aquilo... E se formos julgar essas pessoas pelo que elas dizem, teriam de ser tão velhas, que seria impossível estarem aqui a relatar tais abobrinhas, seus dedos não aguentariam digitar, de tão murchos.
Ah! E tem, também, os poliglotas, os viajados, os safados, os arrependidos, os enrustidos...
Nossa! Estou eu aqui a fazer análise e analisando, ao mesmo tempo.
Aliás, Sigmund, tenho consciência de que não se pode julgar ninguém, não é? Afinal, posso até ser pior do que eles todos. Que Deus me perdoe, então, por isso...
Já observaste, Sigmund, que tenho corrido para ti, com certa freqüência?
Se és um profissional perspicaz, saberás logo que tudo isso demonstra apenas uma coisa de mim: FALTA-ME INSPIRAÇÃO... E como escrever tornou-se para mim um vício, acabei por perturbar-te na tumba sagrada para relatar alguns fatos, uns vividos, outros fictícios. Mas o importante é que eu escreva. Senão, sufoco...
Dizem que "SETE" é conta de mentiroso, mas para mim é um número que representa a PERFEIÇÃO.
Por isso, Freud querido, esta é a minha última missiva, da série "PRA FREUD".
DESCANSA EM PAZ!
Milene Arder
PS. Para os que percebem o que lêem, devem ter observado que eu acabei por não dizer o que realmente desejava. Leiam de novo o início e perceberão.
Às vezes, acontece-me isso: tenho algo em mente para escrever e acabo digitando coisas que nada têm do pensamento original.
SERÁ QUE FREUD EXPLICARIA ISSO? |
