PEDAÇOS DO COTIDIANO - I
Um minuto de vossas atenções, obrigada.
A vida é maravilhosa e a oportunidade de estar aqui uma bênção divina, aproveitem.
Bom, devem me achar maluca, mas isso aqui é um pequeno relato e uma necessidade de dividir com os outros um sentimento, situação.
Segunda-feira à tarde estou sentada aqui de frente ao meu computador escrevendo este texto.
Olha pessoal, estou um pouco confusa sem saber exatamente o que fazer, sou uma jornalista recém-formada e desempregada, está complicado arranjar trabalho aqui no meu estado, deixei uns currículos mas até agora nada.
Estive passando uns dias no interior na casa dos meus pais e pensava o que faria? onde arranjaria trabalho?. Agora meu pai se foi e a gente tem que caminhar com nossas próprias pernas, se antes eu tinha que trabalhar, agora então, mais ainda. É uma questão de necessidade e também tenho que fazer minha própria vida.
Minha está indo resolver as questões de pensão mas até agora não deu entrada, a gente vai se virando mas até quando!? Acredito em Deus que logo estarei trabalhando e recebendo.
Eu já estou com 28 anos e como tantos jovens e adultos deste imenso Brasil, estou um pouco desnorteada.
Um amigo que mora em Minas diz querer viajar para outro país, pois no nosso está difícil, há em nós porque também sou uma de tantos jovens, uma descrença generalizada na nossa Pátria. Outro dia vi um sociólogo falar que éramos o país do futuro, hoje chegamos a esse tempo e o que é nosso futuro, um presente mal feito, os jovens estão descrentes e não querem lutar para melhorar seu país, mas sair em busca de uma vida melhor, arranjar dinheiro e pagar suas contas, poupando um pouco par ao futuro.
Hoje as ações assistencialistas se propagam pelo país mas não servem para resolver os problemas básicos e mais urgentes, só aliviam um pouco a dor de uns ali, a barriga vazia de outros acolá e pronto.
Vai-se mal muito mal, fico pensando se eu que tive acesso à uma formação razoável, fico aqui sem saber por onde me dirigir, imagine as pessoas que nem comida tiverem ou têm é lastimável, que sentido este ser humano tem diante da vida, como se vê que valores e esperanças fazem parte da vida destas pessoas.
No nosso mundo contemporàneo o consumismo é uma praga que consome não só os bolsos, mas a vida, a alma, a existência enfim de todos que se deixam levar por essa erva daninha presente na nossa sociedade. Dois exemplos: enquanto estava digitando este texto a operadora de cartão, do qual eu tenho um, daqueles universitários, já fiz agora no final do curso, temos direito a uma anuidade mais baixa, assim quando estiver trabalhando e for estritamente necessário usá-lo, numa viagem ou coisa assim já uso, sou bastante avessa a essas comodidades, Ã s vezes causam prejuízos, enfim. Vamos ao assunto ligaram para desbloquear não necessitava, mas enfim desbloqueie, mas só vou usar sabe lá quando. O fato é que dia-a-dia somos bombardeados para o consumo tenhamos ou não como pagar, criam desejos, necessidades para nos preencher e o que nos resta, pois estamos numa roda viva, sem fim. Outra coisa são os celulares transformam em necessidade, quando na verdade só passam do desejo de ter também, de não ficar de fora, de não ficar deslocado, vê se pode hoje mesmo uma matéria mostrava que crianças cada vez mais novas estão todas com celulares, para ficarem mais protegidas, os pais saberem onde estão, que nada. Só onda, moda, movimento de homogeneidade. Vivemos numa sociedade cada vez mais individualista que não busca a individualidade, como ser próprio que cada um é, mas uma "igualdade" absurda através do consumismo e de comportamentos similares, querendo tornar homogêneo, algo extremamente heterogêneo, o indivíduo.
Bom gostaria de trocar idéias com quem se interessar pelo ser humano e não com o ter humano, queria que me indicassem algo para que eu tome um rumo, uma idéia, eu consiga encontrar meu caminho, que eu trabalhe por prazer e o meu rendimento seja um fruto e não somente um pagamento por um trabalho obrigado.
Gostaria de chamar a atenção dos pais sobre o fato de interferirem tanto na escolha profissional dos filhos, é um erro, muitas vezes irreparável. Eu me sinto confusa sim mas é mais por não ter sido entendida, quando com meus 12, 13 anos quis ser jogadora de basquete, não recebi apoio para tal. Então minha escolha foi negada e de certa forma não superei isso, uns podem dizer é burrice e pode ser que seja, mas cada um tem um tempo e uma reação para as coisas que lhe acontecem ou aconteceram. Gostaria de ter conhecido outras coisas, ter me interessado por outros assuntos, mas não fui orientada, nem tive gosto por querer.
Desejo muito que consiga me libertar disto e encontrar meu caminho, ver além do véu que talvez eu mesma tenha me colocado, a vida é breve e deve ser encarada de frente.
Até a próxima.
Qualquer sugestão, boa nova, idéia me escrevam . lizandramt@hotmail.com, metajudi@bol.com.br, zandra.mt@ig.com.br
Se tiverem um emprego estou às ordens me comuniquem, se comuniquem.
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