O falecimento do brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante da ONU em Bagdá, é não mais
do que uma morte - em meio a tantas. Mas a de Vieira
de Mello me afeta de perto. Nunca o vi pessoalmente,
só o acompanhei, quando se fazia possível, pelas
notícias em jornais. Suas atividades em Kosovo e
em Timor Leste, por exemplo.
O diplomata carioca formou-se e seguiu sua carreira fora
do país, mas sempre se identificou como brasileiro, apesar de ter sido cidadão do mundo, como o são todos os diplomatas.
Lembro de Vieira de Mello como pessoa que fez uso da sua hierárquica posição
para mostrar seu coração: como chefe de muitas
missões defensoras dos Direitos Humanos, salvou
milhares de vidas anónimas, quando sua equipe e
ele chegavam a tempo de evitar massacres maiores,
perseguições e carceragens injustas.
Mesmo se ele não fosse brasileiro, eu ainda estaria
aqui lastimando e rendendo minha modesta homenagem
à memória desse homem corajoso e humanista, talvez o símbolo perfeito do nosso decantado
homem cordial .
Que haja luz e paz nos seus novos caminhos.
|