Usina de Letras
Usina de Letras
287 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62176 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50580)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->PÃO PPRETO -- 31/08/2008 - 02:26 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PÃO PRETO

Discutindo eu religião,
Falava com meu compadre:
- O Pastor só quer dinheiro,
Não fica atrás nem o padre,
Mas vou lhe contar um caso
Que eu soube com atraso,
Da boca duma comadre.

Numa ceia um certo frade,
Na capela em plena luz,
Sobre o altar vinho tinto,
O Cálice bento e a cruz,
Mesa de mármore branco...
Pão sem fermento no franco
Pobres famintos seduz.

Corpo e sangue de Jesus,
Pão e vinho ofertado,
Papa Bento consagrando,
Jesus no altar transformado
Em corpo e alma o Cristo,
Por seguidores é visto
Em uma cruz pendurado.

São Francisco ali pelado,
De todos era irmão,
Ante o Papa desafiando
Quis ser pobre ermitão:
Ouro e prata renunciou,
Pela pobreza optou
Desprezou até o tostão.

Ante grande multidão,
No largo do Vaticano
Hoje o papa faz discurso
Quase que cotidiano,
Analisa os problemas
Discorre sobre os dilemas
Do dia, semana e ano.

O ser humano é insano
Quer ser maior e mandão
Ignora o irmão ao lado
Sem saber que o balcão
É a mesa da partilha,
Pra unificar a família
E partilhar vinho e pão.

Eu tomava um pimpão
Uma dose de aguardente
E um sujeito me puxou
Com um olhar sorridente,
Convidando-me radiante,
Levou-me mui confiante
Para uma igreja de crente.

Eu só andei para frente
Na companhia do irmão
Com a minha cara cheia,
Dando até tropeção;
Vendo aquele pão assado
Entre todos partilhado,
Presenciei uma lição.

Chegou um negro irmão
Maltrapilho, esquisito,
Pôs na mesa um pão preto,
Suando sangue disse aflito:
- Eu oferto vinho e pão
Tirado dum sacolão,
Saco de são Benedito.

BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benegcosta@yahoo.com.br
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui