Fim da besta
Como gotas de música que se espalham,
vislumbro o mar infinito de luz.
O calor suave da brisa cósmica
ultrapassa o brilho do espírito,
alojando-se na Luz Eterna.
O descer é igual ao subir.
Depende de onde olhar.
O viver é igual ao morrer.
Depende de que lado estás.
Fagulhas de ácido flamante
transportam o verme da harmonia,
em vida com a estrela de David.
Claudicante memória,
ofegante consciência,
ultrajante comportamento.
Nas entranhas da terra
aloja-se o ínfimo do mal.
Algures no Universo em movimento,
prepara-se a sorte do mago.
Uiva besta selvagem, que do sangue
retira a sobrevivência,
do engano a amizade.
Aquebrantando o vento da hipocrisia,
debelando o hálito mortífero e serpentino
do prestidigitador escorregadio,
lança-se a espada, e inerte jaz
o guardião das artes malignas.
Já poderíamos esperar.
Nada mais poderíamos imaginar.
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