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Poesias-->SOBRE O INFINITO DE GIORDANO BRUNO -- 25/06/2005 - 09:53 (ANTONIO MIRANDA) |
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SOBRE O INFINITO DE GIORDANO BRUNO
“Esses são os motivos e as dúvidas”.
GIORDANO BRUNO (1548-1600)
Há muita poesia em toda esta fantasia
em que a mente humana se consente
em afirmar que uma coisa
é compreendida por outra coisa
indefinidamente:
que um objeto parece limitar outro objeto
na relação de uma relação
em qualquer direção.
Nenhuma coisa nos ocorre
que não seja relacionada com outra
e que toda experiência
tenha vigência finita
mas por seu entrelaçamento (inexorável)
com o dentro e com o fora:
em propagação interminável.
Não há limite em si mesmo
e a esmo se prolonga
- um corpo em movimento
impulsiona os demais corpos
em alguma direção –
no espaço do mundo
que se nos afigura tão vasto
em nosso basto consentimento
das coisas existentes e por existir.
Uma potência infinita
em nossa limitada dimensionalidade
(mesmo que imanente)
de ser o que ainda não é:
se pode haver no ser o não-ser
e do não-ser o vir a ser!
Onde termina o ser
(em sua mente?), onde culmina
- se na forma e seu limite
ou na idéia que conforma
(e plenamente) na chama
e no cristal, que representa?
Giordano tinha razão
em toda a extensão
de seu raciocínio.
Por apresentar a sutil diferença
entre o todo infinito (inconsútil
mas delimitável) e o totalmente infinito
(entre o finito e o uno)
a crença no universo em expansão
por regressão a uma origem impossível.
Mover e ser movido de um epicentro
mas que nunca teve um centro
(mesmo havendo um fora e o dentro)
na absoluta identidade
entre qualidade corpórea e divindade
do não-movimento
e da ausência de qualquer dimensão
pela sua redução ao absurdo.
Pela negação aristotélica da infinidade
do mundo (do indefinido, do não-limitado)
ou na concepção psicodélica
de um corpo humano excêntrico
de sua própria massa e existência
- de um corpo só essência.;
de não haver a quintessência
que, em sendo todas as coisas diferentes
elas são, em verdade, as mesmas coisas
em mutação.; não existindo diferença
entre o sensível e o inteligível
(por causa de sua interdependência)
e que toda heterogeneidade
leva à sua uniformidade.
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