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Infantil-->ESTÓRIAS QUE NÃO ASSUSTAM -- 16/12/2002 - 14:20 (Lucilo Constant Fonseca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESTÓRIAS QUE NÃO ASSUSTAM


O interessante se deu em nossa casa de campo. Aliás, em nossa residência, de muitos anos.
Em certa ocasião, nossa filha, ainda menina, ganhou um pintinho. Este provinha de uma estirpe chamada papuira. O pintinho tornou-se tão acostumado com as pessoas da casa que era para todos um verdadeiro bibelô.
Não demorou muito, para que o mesmo aprendesse a subir em nossa cama de casal. Por vezes, a gente acordava com a movimentação da pequena ave. Esta subia ao topo de nossas cabeças e procurava aninhar-se, entre os cabelos de minha esposa.
Preferia estar com a gente, a ficar na caixa de sapatos. Onde nós o púnhamos, para dormir.
Com o correr dos dias, naturalmente, o pintinho foi se transformando a frangote e, pouco mais em frango.
Nessa faixa etária, o mesmo, não mais nos atendia pelo nome de Tute. Assim, como se afastou definitivamente da gente. Nem por isso, nós passamos a gostar menos dele.
Agora, já o admirávamos, pela sua beleza. Vez que, o mesmo, passou a ter uma plumagem linda, como se fosse raio de sol. Em suas asas e cauda viam-se cores de anuâncias diversas.
O bonito galináceo, já adulto, não apresentava ainda suas esporas. Estas eram, apenas protuberâncias que insinuavam. Por esta ocasião, nós nos encantávamos ao ver o frango, que se transformava em galo. E, com pavonices, procurava o plantel das galinhas, para efeito do amor. Outras vezes, nosso deleite era vê-lo querer soltar os seus primeiros cantos.
Quase sempre, não passavam de som espremido e sem graça. A sua voz, era rouquenha e sem beleza.
Foi nesta época, que minha esposa testemunhou um fato novo. Este se deu no quintal, que se estende frente a cozinha da casa. O galo, acercou-se da pata, uma entre muitas que nós criávamos. Ai, começou a galanteá-la. De tal modo, e insistência, que acabou por possui-la, totalmente.
Esta fraqueza, da pata em se deixar levar no bico pelo vistoso galã, motivou a maior polêmica da estória. Visto que, no momento exato da ocorrência do crime de sedução, o pato, se aproximava e pegou os dois no flagrante. Chamado por minha esposa, fomos testemunhas da discussão. Só mesmo que viu, para crer. Pois, tudo fazia lembrar as pessoas, quando discutem, por haver motivos altamente relevantes e capazes de levar à via de fatos.
O pato, mostrando-se enfurecido, grasnava, frente a companheira infiel. A cauda em riste demonstrava enorme excitação. O seu grasnar à companheira levada, dava plena conotação de um libelo acusatório.
A patinha, massacrada pelas acusações, em dado momento, tomou a postura de quem se defende. Tudo indicava que a defesa houvesse sido muito eficiente. Mostrou-se vítima de um crime hediondo de estupro. Revelava não ter tido a menor culpa. Pareceu dizer que o galo não quis saber de nada, se ela queria ou não o amor. Tudo dizia, ora olhando para o companheiro, ora olhando para o galo que se mostrava esquecido de sua culpa em cartório. Um tanto distraído, com a briga do casal.
A pata deixou claro que o ocorrido foi à força. Neste exato momento, seu companheiro, já estava possesso de raiva.
Sua cara, era um amontoado de borrões, da cor de lacre. Subitamente, deixou de lado as acusações peremptórias, que descarregava na infiel companheira, e partiu, grasnando, com muita fúria, contra o galo. Este se desfez de seu contendor, correndo. Alegre e altivo, para junto de suas companheiras - as galinhas.
Fazenda Campo Alegre - 5 - 4 - 1980.
Lucilo Constant Fonseca.
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