Tomei mina velha mala
e coloquei objetos.
Os que mais gosto: lá foram o pente
(de osso de javali),
um brigue em miniatura,
um vaso com limpa-viola,
um poema da Francisca Julia,
o mar de chapéu na foto da Tina Modotti,
uma folha de papel-de-seda
com uma lista de vacilos,
que remontam aos tempos de Old Parr.
Um sem número dessas coisas.
Antes de fechar a tampa,
não evitei que minha alma se enveredasse junto.
São ações nesses dias que,
quando acordamos,
sentimos que o destino,
inapelável, insatisfaz.
Momento de adufar versos livres....
2005 |