Depois que você ficou dias seguindo seus sentimentos, dentro de você, e quando enfim os encontrou inertes, e quando naquele instante percebeu, que eles tiveram uma morte sem sofrimento. Você chorou e assim vagou dentro do seu vazio sem fim.; sem conseguir respirar.; sem conseguir dormir.; sem conseguir comer e sem conseguir estar com outro alguém. O suicídio dos teus sentimentos te cegou, e você nem percebeu que estava incapacitando sua vida em seguir adiante, apesar da letargia em que você se encontrava.
E sem forças, você foi vivendo em veemência do que não conseguia mais sentir, e como um terremoto, tudo te abalava de dentro para fora, aumentando a tua vontade de morrer. Vivendo por viver.; amando o que se foi.; mergulhando tua vontade no travesseiro, em largas noites, onde você é o fantoche do que não consegue se livrar, em saudades, como coração transformado numa pedra, posta em cima do teu tumulo vivo!
Sem poder aquietar a chuva que cai dentro de você, tentando não se lembrar da hipocrisia, de tentar mais uma vez. Mas, onde quer que vá ou o que quer que faça, esse é o vazio que te acompanha, e pensa em desligar o aparelho que ainda te mantêm aqui. Mas, para onde quer ir, só irá perpetuar a dor que sente agora e não haverá outro lugar onde poderá ir e só aqui você poderá livrar-se de vazio e tristeza e dor.
Essa tua guerra é mais linda e forte do que qualquer batalha entre o céu e a terra, e lutar é o que te resta para mudar e acreditar que do fundo do poço, a única saída vem do alto, e que se você alimentar a tua força com seu lado negativo, estará evitando que outro anjo te ensine a voar.
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